Um copo de refrigerante bem gelado, um brigadeiro gigante depois do almoço ou mesmo aquela balinha inocente que distrai os dentes durante o trabalho são coisas, para muitos, difíceis de resistir. O fato é que essas bebidas e guloseimas normalmente estão entre as campeãs na quantidade de açúcares adicionados, como o açúcar branco (sacarose) ou xarope de milho com alta frutose, muito calóricos e nada nutritivos.
“O açúcar é o pior ingrediente da alimentação moderna. Ele fornece o que chamamos de ‘calorias vazias’, ou seja, sem nenhuma qualidade nutricional”, revela a nutricionista Franciele Baldissera, do centro de especialidades Pequeno Príncipe, de Francisco Beltrão. Segundo ela, comer muito açúcar está ligado ao ganho de peso e várias doenças, como a obesidade, o diabetes tipo 2 e até doenças cardíacas.
Contudo, a nutricionista ressalta que é muito importante diferenciar o açúcar adicionado aos alimentos e o açúcar encontrado naturalmente em alimentos como frutas e legumes. Estes são alimentos saudáveis que contêm naturalmente água, fibras e vários micronutrientes. “Os açúcares naturais são totalmente permitidos, caso não haja nenhuma patologia associada. Por outro lado, se você quer perder peso e melhorar sua saúde, então você deve fazer o seu melhor para evitar os alimentos que contêm açúcares adicionados”, orienta.
Consumir com equilíbrio
A preocupação mundial com o consumo exagerado de açúcar é tanta que as principais organizações mundiais do setor criaram referências consideradas equilibradas para o consumo diário do ingrediente. Segundo a American Heart Association (AHA), por exemplo, o recomendado seria que homens consumam no máximo 150 calorias por dia – cerca de 37,5 gramas de açúcar – e mulheres, 100 calorias diárias – 25 gramas de açúcar.
Aí fica evidente o porquê da briga constante contra os refrigerantes, por exemplo. Conforme o Ministério da Saúde, um copo de refrigerante possui, em média, 36 gramas de açúcares, praticamente o limite diário recomendado para os homens e mais de 40% acima do limite recomendado para as mulheres. De acordo com Franciele, estes produtos são bebidas que não oferecem nenhum nutriente e são ricas em açúcar e corantes. “As versões ‘saudáveis’ que muitas marcas começaram a apresentar não passam de uma jogada de marketing para atender a necessidade de um público mais exigente e que se preocupa cada vez mais com os números alarmantes de obesidade e doenças associadas. Porém, o que acontece neste caso é a substituição do açúcar por adoçante, deixando assim o produto com menos caloria, menor teor de açúcar, porém nenhuma riqueza nutricional”, alerta.
Nada de açúcar para a criançada
A nutricionista destaca que, quando o assunto é criança, o cuidado com o consumo de açúcar deve ser redobrado. Segundo ela, até os 2 anos de idade é quando os hábitos alimentares estão sendo formados.
O assunto é tão sério que o guia alimentar “Dez Passos para a Alimentação Saudável”, do Ministério da Saúde, preconiza que crianças menores de 2 anos não consumam açúcar refinado e alimentos preparados com o mesmo. Antes dessa idade, o único contato com açúcar deve ser aquele proveniente de frutas e verduras. “Minha opinião, enquanto profissional, é não apresentar estes produtos para as crianças, ou pelo menos retardar o máximo possível. As crianças precisam aprender a tomar água e comer frutas”, pontua Franciele.
Existem alternativas mais interessantes
De acordo com a nutricionista Franciele Baldissera, açúcar mascavo, demerara, Stévia e outros são opções mais saudáveis e possuem entre si quantidades similares de calorias. Uma troca inteligente pode garantir o sabor doce com menos efeitos na balança. Nem um, nem outro é mais saudável, todos dependem da quantidade utilizada nas preparações. Confira:


