
Da assessoria – A convite do presidente da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa, deputado Jorge Goura (PDT), a bioquímica e professora da Unioeste, campus de Francisco Beltrão, Carolina Panis, falou ontem, 25, sobre sua pesquisa relacionando o agrotóxico com o câncer de mama em mulheres ocupacionalmente expostas e esse tipo de veneno.
“Este é um assunto que tem movido grande parte das ações e dos esforços do nosso mandato, que é a defesa de uma Curitiba e RMC livre de agrotóxicos, a defesa de políticas públicas que fomentem a incentivem agroecologia, e a definição de regras que garantam uma pulverização área sem riscos para a saúde da população, da fauna e do meio ambiente em geral”, observou Goura.
A pesquisa rendeu à professora Carolina o 34º Prêmio de Ciência de Tecnologia do Paraná, considerada a maior honraria que um cientista pode receber no Estado.
Carolina é professora no curso de Medicina e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde; pós-doutora em Oncologia pelo Instituto Nacional do Câncer do Rio de Janeiro, mestre e doutora em Patologia, pela Universidade Estadual de Londrina. Atualmente, também é pesquisadora visitante no Departamento de Saúde Ambiental da Universidade de Harvard (EUA) Ela leciona em Francisco Beltrão.
Risco é 59% maior
O estudo, que investigou a agressividade do câncer de mama em mulheres que trabalham na agricultura familiar e que tem contato direto com agrotóxicos, seja por meio da manipulação, da aplicação ou mesmo pelo contato com roupas e equipamentos contaminados, foi realizado no Sudoeste, região que mais consome agrotóxico e berço da agricultura familiar no estado. “O risco de uma mulher exposta aos agrotóxicos desenvolver câncer de mama é de 59% maior quando comparada a mulheres não expostas, ou que vivem na cidade”, destacou a professora.