14.9 C
Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Alterações no crânio também podem ser tratadas com intervenções indolores da osteopatia

Enxaqueca, disfunção da ATM, sinusite, rinite e labirintite são exemplos de doenças que a osteopatia craniana pode curar.

 

Crânio adulto possui vasos sanguíneos, fibras nervosas, colágeno e fibras elásticas 
entre as suturas ósseas, sendo possível manipulá-lo através da osteopatia.

 

Quando se fala em osteopatia, logo vêm ao imaginário movimentos articulares e manipulação manual de tecidos moles. Jamais associamos a técnica a uma das partes mais duras do corpo: a cabeça. A osteopatia craniana, no entanto, vem desmistificar essa ideia e, com intervenções manuais suaves e indolores, pode contribuir no tratamento de enxaqueca, disfunção da ATM, sinusite, rinite, labirintite entre outros transtornos.
De acordo com o fisioterapeuta e osteopata Júlio Chinelato, por muito tempo acreditou-se que o crânio possuía algum tipo de movimento apenas durante a infância e que, na vida adulta, devido à fusão das suturas cranianas, não ocorria mais movimento algum. 
“Foi o dr. William Garner Sutherland, considerado o pai da osteopatia craniana, que, após décadas de estudo, elucidou que as suturas cranianas não se ossificam completamente no decorrer da vida adulta e possuem certa flexibilidade entre as mesmas. Posteriormente, outros estudiosos inspirados na ideia de um crânio com uma certa ‘maleabilidade’, com o auxílio da microscopia óptica e eletrônica, demonstraram a existência de vasos sanguíneos, fibras nervosas, colágeno e fibras elásticas entre as suturas”, afirma o osteopata. 
Júlio explica que o crânio está dividido em neurocrânio e viscerocrânio. O neurocrânio é composto por oito ossos (occipital, parietais (2), temporais (2), esfenoide, frontal e etmoide) que formam o arcabouço ósseo arredondado que envolve encéfalo e orelhas internas. Já o viscerocrânio é composto por quatorze ossos (zigomáticos (2), maxilas (2), nasais (2), palatinos (2), lacrimais (2), conchas inferiores (2), mandíbula e vômer) que formam a parte anterior do crânio, compondo os ossos da face. Tal estrutura óssea somada à membrana da calota craniana conferem ao ser humano proteção ao tecido encefálico e órgãos da sensibilidade, como olfato, visão, audição e degustação, além da função mastigatória.
“Com o êxito nas descobertas de Sutherland, hoje sabemos na osteopatia que o crânio possui um movimento de flexão e extensão, e que estes movimentos ocorrem ciclicamente de seis a 12 vezes por minuto, com a principal função de bombear o líquido cefalorraquidiano. Vale ressaltar que, através da dura máter, o sacro também acompanha este movimento, que denominamos ritmo crâniossacral. Em virtude disso, os ossos do crânio devem mover-se livremente. Caso contrário, se houver alguma restrição nos seus micromovimentos, o processo da autocura e homeostase do organismo pode ser prejudicado”, frisa Júlio.
A osteopatia craniana trata também nevralgia do trigêmeo, alterações do sistema nervoso autônomo, zumbido, vertigem, otite, alterações gastrointestinais, alterações em todos os níveis da coluna vertebral e deformidade em crânio pediátrico.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques