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Francisco Beltrão
terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.218

04/06/2025

Atendimento do 24 Horas é para emergências

 

Pronto atendimento fica na Cidade Norte.

 

Logo na entrada do Pronto Atendimento 24 Horas, localizado no bairro Pinheirinho, na Cidade Norte, é possível verificar um grande banner com uma tabela que indica o uso adequado do serviço de saúde. Segundo o diretor clínico, o médico Rodrigo A.C. Silva, a medida foi tomada para ajudar as pessoas no entendimento da real função do 24 Horas, que, segundo ele, é muito clara: “Prestar serviço de urgência e emergência”.

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Em entrevista ao Jornal de Beltrão, o diretor esclareceu e deu exemplos sobre a dinâmica do atendimento e disse que isto não vem ocorrendo. “Os pacientes que possuem doenças de longa data, chamadas doenças crônicas, exigem mais tempo de acompanhamento médico de um único profissional, que muitas vezes não está disponível numa crise aguda no PA. Então, se ele trata diabete, pressão alta, depressão e problema na coluna, deve ter um médico que conhece tudo isso, tem o histórico do paciente e faz o tratamento. Porém, se ele acorda com uma pneumonia, esse médico nem sempre está à disposição, é nessa hora que ele deve procurar o pronto atendimento”. Afinal, é no PA que atendem médicos plantonistas, prontos para socorrer os imprevistos. 

Qual a situação atual 
Por mês, o PA da Cidade Norte está com uma demanda de oito a nove mil atendimentos. Numa cidade como Beltrão, com 85 mil habitantes, seria como se 10% da população utilizasse o serviço. Para Rodrigo, o caminho das pessoas que procuram o serviço sem necessidade de urgência está errado. “As pessoas estão procurando o 24 Horas para não precisar acordar cedo, para não pegar ficha nos postos de saúde. Mas a saúde é importante e se, as pessoas podem acordar cedo para viajar, para ir ao banco receber, acordar cedo num imprevisto e tirar uma ficha não é nenhum crime, creio eu.”

Conforme Juliana Warakoski de Andrade, diretora administrativa do PA 24 Horas, as pessoas têm procurado o serviço pela facilidade e porque sabem que serão atendidas, independentementa da gravidade. Ainda, segundo estatísticas, o local tem atendido uma média de 350 pacientes por dia. “A demanda está absurda, e algo não está certo. É óbvio que com tantos atendimentos vai gerar uma queda de qualidade”, salienta o médico.

A iniciativa do 24 Horas em divulgar as informações vem de encontro ao grande número de reclamações de usuários, em relação ao tempo de espera para consultas e até mesmo questionando que o médico não “encosta no paciente” durante o atendimento.  Rodrigo diz que “o que não é grave e não é agudo, mesmo assim é resolvido. Se o paciente reclama que não tocamos nele durante a consulta, é porque não vamos conseguir resolver, afinal seu problema exige uma estratégia em longo prazo para tratar a doença. Sendo assim, há pacientes que acabam sendo mal examinados por conta do próximo que é de urgência e precisa ser atendido”. Muitas pessoas têm procurado o PA para tratar uma dor nas costas que existe há anos, isso é papel das outras unidades. 

Controle de risco
Para melhor o atendimento, a tabela de controle de riscos está na recepção do PA. O sistema utiliza cores para cada grau de risco. Segundo o médico, o objetivo não é negar atendimento, apenas priorizar. Tratam-se de três cores: vermelha, amarela e verde. A vermelha é a verdadeira ficha do Pronto Socorro, pois atende casos graves, que acarretam ou não risco à vida. Na sequência vem a cor amarela, casos de doenças agudas, mas não perigosas, como resfriados, por exemplo.

A última cor de classificação para a triagem e atendimento é a verde, que, na opinião do diretor clínico, “nem deveria estar aqui no PA, de jeito nenhum”. Isso porque na cor verde são atendidas doenças crônicas, que teriam tratamento adequado e contínuo nas unidades de saúde. 

Em setembro, a média de atendimentos no 24 Horas foi de 8.250. Deste total, menos de 1.900 foram de emergência, ou seja, não se enquadram na cor vermelha da tabela de controle de risco. Para Rodrigo, isso atrapalha a dinâmica do hospital. “Se a população se conscientizar que esse casos poderiam ser atendidos com hora marcada, em consultórios e postos de saúde, haveria menos tempo de espera no PA e melhoria o atendimento de quem precisa de tratamento de urgência.”

Estrutura do 24 Horas: O Pronto Atendimento conta com seis leitos, três masculinos e três femininos. Esses locais devem abrigar os pacientes por um curto período de tempo, até que os mesmos sejam encaminhados aos hospitais da cidade e contem com uma estrutura adequada de internamento, bem como médicos especialistas. 
O PA tem ainda com sala de observação, destinada para atendimento de pacientes que ficam por tempo menor até que seu quadro se restabeleça. 

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