Para integrante da coordenação nacional da pastoral, mães não estão oferecendo alimentos nutritivos às crianças.
O aumento de casos de obesidade infantil preocupa a Pastoral da Criança. Se nas décadas de 80 e 90 e na primeira década deste século havia a preocupação em reduzir os índices de desnutrição e mortalidade infantil no Brasil, por parte da Pastoral da Criança, agora as atenções se voltam para as crianças de baixa renda que estão acima do peso para suas faixas de idade. “Nos anos 80, muita gente tinha problema com desnutrição, agora se inverteu um pouco, a gente está falando de obesidade, porque obesidade infantil, hoje, nutricionalmente, as crianças estão se alimentando mal, as mães não têm oferecido alimentos nutritivos às crianças, e isso está acarretando o problema de obesidade. E em relação ao trabalho da pastoral em si, a gente sabe que agora estamos entrando pra esse trabalho de acompanhamento nutricional.Vai ser feita a medida da criança e isso vai dar um diagnóstico mais correto de como a criança está se desenvolvendo”, disse Edenilson Cunico, da coordenação nacional da Pastoral da Criança. Edenilson e Izete Beyer Feix, coordenadora da Pastoral da Criança na região Sudoeste do Paraná, coordenaram um treinamento para 12 novos coordenadores municipais da pastoral, de quinta-feira, a sábado, no Centro Diocesano de Formação de Lideranças, em Francisco Beltrão. Edenilson trouxe as novidades que a Pastoral está implantando e as preocupações quanto ao atendimento às crianças de baixa renda. Com as inovações da tecnologia da informação, a Pastoral da Criança também está aproveitando para avançar no recebimento de dados coletados pelos voluntários espalhados por todo o Brasil. A facilidade e comodidade de adquirir um smartphone está abrindo novas possibilidades. A Pastoral da Criança está lançando um aplicativo que vai facilitar o trabalho dos voluntários. “É um aplicativo, como todos sabem, que estamos na era da informação rápida de celular, a pastoral também está atenta a esses desenvolvimentos e tecnologias. Então, todas as comunidades no Brasil poderão mandar informação pra Pastoral da Criança através de uma folha de acompanhamento que a gente chama de Fabs, que são papéis com alguns indicadores de saúde e de desenvolvimento infantil”, informou Edenilson. As informações das Fabs serão enviadas por aplicativo de celular. Mas será opcional: o líder vai poder enviar os dados das crianças atendidas pelo seu smartphone ou usando folhas.”O aplicativo vai ter lá alguns indicadores de saúde e indicadores de desenvolvimento infantil, e isso a voluntária, quando visita a família, anota pelo celular e envia pra Curitiba pra coordenação nacional; o importante é que dali a gente consegue programar as nossas ações, consegue saber, por exemplo, aonde tem maior índice de uma doença, tipo a diarreia, aonde tem falta de vacina e assim a gente consegue detectar problemas”. O lançamento deste aplicativo deve ocorrer no segundo semestre.
“Poucos operários”
A Pastoral da Criança tem atuação em vários Estados e atua em praticamente todo o Sudoeste do Paraná. Mas faltam voluntários para atender as pessoas. “Tem um outro desafio que é um pouco bíblico: a messe é grande e os operários são poucos, a gente está com esse desafio de encontrar mais pessoas que se disponibilizem a fazer o trabalho voluntário.Esse é o nosso objetivo na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão: encontrar voluntários, sabendo que nós já temos um batalhão de 1.700 voluntários espalhados aqui na região de Francisco Beltrão”.