Beltrão deve perder apenas dois dos seis profissionais que atuam pelo Mais Médicos

A maioria dos médicos que trabalha pelo programa é brasileiro e não será afetada pela interrupção da cooperação com Cuba; vagas deixadas em aberto serão repostas.

Ontem foi o último dia de trabalho das duas médicas cubanas que vinham atuando em Francisco Beltrão através do programa Mais Médicos. Elas agora irão retornar a Cuba, após o governo do País ter anunciado o fim da cooperação com o Brasil para o envio de profissionais de Medicina, que acontecia desde 2013.
Ao menos seis profissionais atendiam pelo Mais Médicos em unidades de saúde beltronenses, mas somente as duas cubanas — uma da UBS do Pinheirinho e outra do Jardim Seminário — irão retornar ao País caribenho. Os outros quatro profissionais são brasileiros formados no exterior e que também vieram à cidade através do Mais Médicos. Eles permanecerão atendendo normalmente, segundo a Secretaria de Saúde.
“Já comunicamos ao sistema e as duas vagas deixadas em aberto agora serão preenchidas em um novo edital lançado esta semana pelo governo federal”, explica a secretária da pasta, Aline Biezus. O edital é uma medida emergencial para substituir os profissionais cubanos e prevê a contratação de 8,5 mil médicos brasileiros e estrangeiros que tenham o registro do CRM do Brasil.

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Se as duas vagas em Francisco Beltrão forem preenchidas, os novos médicos deverão começar a trabalhar até o dia 7 de dezembro. Enquanto isso, a Secretaria de Saúde está remanejando pacientes para outras unidades de saúde da cidade e reavaliando as consultas agendadas. “Vamos organizar o atendimento, ver quem é paciente crônico, remanejar as consultas para outras UBSs para priorizar os casos mais graves”, pontua Aline, que cita a recente contratação de cinco médicos que irão ajudar a manter o atendimento até a chegada dos novos profissionais.

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Primeiro médico permanecerá
Um dos médicos que irá permanecer atendendo é o dr. Rudinei Bregaldo, que trabalha no programa Estratégia de Saúde da Família do Bairro Cantelmo. Ele é natural de Palma Sola (SC) e cursou Medicina na Universidad Nacional Experimental de los Llanos Centrales Romulo Gallegos, na Venezuela, formando-se com menção honorífica.
Rudinei está em Beltrão há cinco anos — foi o primeiro profissional do Mais Médicos do município — e atende pacientes durante 32 horas por semana.
Outras oito horas são dedicadas aos estudos de especialização e aperfeiçoamento em saúde básica. “Aqui eu sou um médico em tempo integral e temos um conceito diferente, mais humanizado, para atender e buscar um diagnóstico. No cronograma da semana temos horários agendados para atender crianças, gestantes, idosos, a demanda livre e também visitar em casa os pacientes que estão acamados”, diz.
A moradora Sandra Dessler consulta regularmente com o profissional e recomenda o atendimento. “Ele faz uma consulta demorada, conversa mais e busca saber mais sobre o que pode tá causando cada sintoma que a gente sente”, conta.