Saúde

Os tempos de pandemia estão se refletindo nos consultórios odontológicos. De março para cá, houve um evidente aumento no número de casos de dentes e próteses fixas quebradas, trincas e fraturas em dentaduras e também relatos de dor de cabeça e apertamento dos dentes.
Há 32 anos atuando como especialista em Prótese, Implantodontia e Disfunção Temporomandibular, nunca recebi tantos pacientes com estas queixas como nestes últimos meses. No Google, inclusive, a busca pelo termo “bruxismo” bateu recorde de registros neste período. Para se ter ideia, em agosto, mês do pico da pandemia no Brasil, o número de buscas pelo termo foi 90% maior do que em dezembro do último ano.
A principal hipótese é de que o estresse, a insônia e as diferentes emoções provocadas pela pandemia do Covid-19 estão se manifestando por meio do apertamento dos dentes.
Sob condições normais, ativamos a musculatura da mandíbula somente para nos alimentarmos e para falar. Em todos os outros momentos, esta estrutura permanece em repouso, com os dentes desencostados. Em períodos de medo, angústia e ansiedade, no entanto, podemos inconscientemente apertar os dentes durante o dia e a noite, além de provocar o ranger dos dentes durante o sono, transtorno conhecido como bruxismo.
Em situações de tensão é comum não nos darmos conta destes hábitos parafuncionais, como o ranger e o apertamento dos dentes. Muitas vezes, o paciente somente percebe estes hábitos ruins quando acontecem fraturas, desgastes nos dentes, dores musculares na mandíbula e no pescoço, dores de ouvido e de cabeça, além de dificuldades para abrir a boca e se alimentar.
No caso das dores orofaciais e dos hábitos parafuncionais, o tratamento requer uma intervenção multidisciplinar. Além do dentista, pode existir a necessidade do acompanhamento de fisioterapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos, entre outros profissonais.
Nos consultórios odontológicos, grande parte dos tratamentos são feitos com o uso de placas miorrelaxantes (que relaxam a musculatura), técnicas de recondicionamento dos hábitos e também de exercícios de conscientização, para que o paciente possa se dar conta de quando está apertando ou rangendo os dentes e tentar relaxar.
Também são muito importantes os bons hábitos alimentares e de sono (dormir com a mão embaixo do rosto ou do travesseiro, por exemplo, não é legal) e a prática de exercícios aeróbicos, que estimulam a produção de endorfina em nosso organismo, o hormônio da felicidade, um analgésico natural capaz de reduzir as tensões e a ansiedade.
Todos estamos passando por um momento bastante angustiante. É verdade. Mas há algumas atitudes que podem te ajudar a enfrentar este período atípico de uma maneira mais tranquila:
– Tenha uma alimentação equilibrada, sem excessos de chocolates, queijos, frituras, refrigerantes, cafés;
– Evite bebidas alcoólicas;
– Não deixe intervalos muito grandes entre as refeições;
– Respeite o horário de dormir;
– Faça caminhadas ou exercícios aeróbicos regularmente;
– Mantenha a coluna sempre bem posicionada;
– Procure ficar calmo em situações tensas, policie-se para não apertar os dentes durante o dia.
E, claro, saiba que você sempre pode contar com a ajuda de um profissional especialista no tratamento da Disfunção Temporomandibular.
Este artigo foi escrito por Leni B. Weis Scirea, especialista em Prótese, Implantodontia e Disfunção Temporomandibular na Clínica Prev-Dente, localizada na Rua Tenente Camargo, 1525, Centro de Francisco Beltrão. O contato pode ser feio pelos telefones (46) 3523-4473 e (46) 99105-5061.