Saúde

O câncer de intestino, também conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal, é o segundo mais frequente, em homens e em mulheres, mas é o que tem maior probabilidade de prevenção. Por isso, neste mês, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) promove o Setembro Verde, campanha de conscientização sobre esse tipo de câncer.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que, em 2020, serão diagnosticados 40.990 novos casos de câncer colorretal no Brasil — 20.520 homens e 20.470 mulheres. A doença abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso, chamada cólon, no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus.
Para prevenir, a receita é simples: manter bons hábitos alimentares e praticar atividade física, além de ficar longe do tabagismo. Conforme o Inca, “uma alimentação saudável é composta, principalmente, por alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes. Esse padrão de alimentação é rico em fibras e promove o bom funcionamento do intestino. Manter o peso e fazer atividade física diariamente ou na maior parte da semana são fatores importantes para a prevenção”.
Dr. Badwan Jaber, especialista em Cirurgia Geral e Endoscopia Digestiva, respondeu ao Jornal de Beltrão outras dúvidas sobre o câncer colorretal. Confira a entrevista.
JdeB – Quais são os sintomas do câncer colorretal?
Dr. Badwan – Os sintomas são dor abdominal (nem sempre presente), sangue nas fezes, emagrecimento, anemia, alterações no hábito intestinal, alterações no calibre das fezes, diarreia, entre outros.
Quando se deve procurar o médico para investigar possíveis problemas?
Eu acredito que o mais importante é salientar que se trata de um dos cânceres com maiores chances de prevenção. Quando detectado na fase de pólipo, semelhante a uma verruga, que é o estágio inicial da grande maioria dos tumores de intestino, pode ser retirado pela colonoscopia, de forma muito simples, sem cirurgia. No entanto, nessa fase inicial e altamente curativa, ele é assintomático. E como saber, então, se você tem ou não, pólipos? Fazer a colonoscopia a partir dos 45 anos, que é a idade em que esses pólipos começam a aparecer. Isso não vale para quem tem familiares com câncer colorretal ou outros fatores de risco, pois nestes casos o início da vigilância é mais precoce.
Quais são esses fatores?
Os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento do câncer colorretal são os alimentos ricos em proteínas animais e gorduras, dieta pobre em fibras, obesidade e doenças inflamatórias intestinais, como doença de Crohn e retocolite ulcerativa.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito pela colonoscopia, que permite visualizar diretamente a lesão e, o mais importante, se a lesão está dentro dos critérios de ressecabilidade endoscópica, tratar a lesão com sua total ressecção.
Quais são os tratamentos disponíveis?
Quando o câncer já está instalado e não tem como ressecar pela colonoscopia, optamos pela cirurgia, ressecando parte do intestino. Essa cirurgia, chamada colectomia, pode ser feita por videolaparoscopia.