Localizada na Rua Bahia, a clínica foi inaugurada em julho.
-cmyk-2019-09-25.jpg)
A Clínica Municipal de Saúde Mental, inaugurada dia 15 de julho, atende pessoas que necessitam de assistência de média e alta complexidade, através de tratamento clínico medicamentoso, psicoterapia individual e em grupo e oficinas de arte terapia, através da parceria e corresponsabilidade dos equipamentos da saúde, que são a porta de entrada das pessoas com transtornos mentais ou violências autoprovocadas. Entre 15 de agosto e 15 de setembro, foram 798 atendimentos.
Segundo Marina Thibes, psicóloga e coordenadora da clínica, a partir da reforma psiquiátrica no Brasil, houve a necessidade de construir-se um modelo mais humanizado de cuidado, em que o tratamento dos distúrbios mentais não prioriza mais a hospitalização como proposta única de cuidado. Este cuidado deve ser construído dentro de uma rede integrada de atenção, que vai desde a assistência primária nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Estratégias Saúde da Família (ESF) até os atendimentos de emergências nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Pronto Socorro (PS) e atendimentos mais especializados, como os Centro de Atenção Psicossociais (Caps) e ambulatórios.
Francisco Beltrão iniciou, a partir de 2017, a construção de um programa de saúde mental, com a organização de fluxos, ampliação do número de profissionais e melhoria da infraestrutura, com foco na reabilitação psicossocial dos seus usuários e familiares. Marina comenta que a organização dos serviços, políticas e ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão é estabelecida a partir das diretrizes do Ministério da Saúde e Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Nesta perspectiva, a especialidade de saúde mental organiza-se a partir da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), estabelecida pela Linha Guia em Saúde Mental, que estrutura a rede a partir dos equipamentos como Caps, Caps AD, Pronto Atendimento, UBS e ESF e hospitais psiquiátricos.
[relacionadas]
Porta de entrada do usuário na rede
Para que a articulação desta rede seja efetiva, há a necessidade de estabelecer fluxos entre estes equipamentos e a necessidade do usuário. As equipes das UBS e ESF, que são as portas de entrada do usuário na rede, devem utilizar como instrumento a estratificação de risco, que irá avaliar o grau de urgência psiquiátrica e psicológica, de acordo com a complexidade.
“A importância é que a clínica é uma referência pra rede, pois a porta de entrada é o posto de saúde, onde a pessoa reside; profissionais vão avaliar e encaminhar, quando necessário, tanto para atendimentos especializados quanto organização dos serviços, suporte e orientação. Daqui, são encaminhados pra serviços mais complexos, quando necessário”, afirma Marina. Além de articular a rede de saúde mental, a clínica serve como referência para serviços de saúde do município.
Nesta organização, todos os usuários avaliados como baixo risco serão acompanhados e atendidos no seu território pela equipe de ESF e UBS; os casos avaliados como médio e alto risco serão referenciados aos serviços especializados. São atendidos pacientes a partir de 15 anos. Menores de 15 anos são encaminhados para ambulatório do Centro Regional de Especialidades (CRE), em razão do atendimento ser especializado pra esta faixa etária.
A Clínica de Saúde Mental fica na Rua Bahia, Bairro Vila Nova, e atende das 7h às 11h30 e das 13h às 17h.