As novas vítimas são homens de 46 e 59 anos, residentes em Marmeleiro e que não pertenciam a grupos de risco. No total, são três óbitos após contágio pelo vírus.

A chefe da 8ª Regional de Saúde, Cintia Jaqueline Ramos, confirmou ontem, em entrevista à Rádio Onda Sul, mais duas mortes por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) após contágio pelo vírus H1N1. Ambas as vítimas são homens, de 46 e 59 anos de idade, residentes em Marmeleiro e faleceram no Hospital Regional em Francisco Beltrão. Com estes, já são três os óbitos provocados pelo vírus no Sudoeste. Na última semana já havia sido confirmada a morte de uma mulher de 58 anos, também de Marmeleiro.
De acordo com Beatriz Maria Manfrin, chefe da Seção de Vigilância Epidemiológica da 8ª RS, os sintomas apresentados pelos pacientes foram febre, tosse e desconforto para respirar. O mais preocupante, ressalta Beatriz, é que nenhum dos homens se enquadrava nos fatores de risco da doença, enquanto que a mulher apresentava doença pulmonar.
Os óbitos reforçam ainda mais a importância da campanha nacional de vacinação contra a gripe, que vai até 20 de maio na rede pública. Até ontem, metade do público-alvo da microrregião de Francisco Beltrão havia sido vacinada, segundo informações do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) do Ministério da Saúde. Têm acesso às vacinas as crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há menos de 45 dias, idosos, profissionais da saúde, povos indígenas e pessoas portadoras de doenças crônicas e outras doenças que comprometam a imunidade.
Em 2015, a campanha foi prorrogada por diversas vezes sem que se alcançasse a meta de vacinação. A faixa-etária, inclusive, foi rebaixada para os 50 anos. Nenhuma das vítimas do H1N1 este ano, por exemplo, foi imunizada no ano anterior, conforme lembrou Beatriz.
Ao todo, já foram diagnosticados cinco casos de contágio por H1N1 na região. Dois casos, no entanto, não passaram de síndrome gripal com evolução até a cura – sintomas de tosse e febre.
Mais de 1,4 milhão de paranaenses já foram vacinados contra a gripe
AEN – Em uma semana de campanha, o Estado do Paraná já vacinou cerca de 1,4 milhão de pessoas contra o vírus da gripe. Isso representa 53% do público-alvo estimado para este ano, que envolve idosos (maiores de 60 anos), crianças (maiores de 6 meses e menores de 5 anos), gestantes, mulheres que deram a luz nos últimos 45 dias, doentes crônicos, trabalhadores de saúde, população indígena e privados de liberdade.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o bom desempenho nos primeiros sete dias de campanha mostra que o Paraná acertou ao antecipar o início da vacinação. “As temperaturas estão caindo e o risco de transmissão da gripe só aumenta. Por isso, é importante que quem ainda não se vacinou, vá à unidade de saúde mais próxima para se proteger”, ressaltou.
O apelo se deve ao fato de a vacina demorar pelo menos 15 dias para conceder proteção adequada ao indivíduo. Neste ano, a dose disponível na rede pública é eficaz contra os três tipos de vírus da gripe mais circulantes no país: Influenza A H1N1, Influenza A H3N2 e Influenza B.
Logística
A antecipação da campanha no Paraná foi possível devido a um amplo esquema de logística adotado pelo Governo do Estado. O trabalho agilizou a distribuição das doses e garantiu o abastecimento das unidades de saúde cinco dias antes do início da campanha nacional, lançada no último sábado, 30.
Até o momento, o Ministério da Saúde enviou 2,1 milhão de doses, o equivalente a 72% da cota de vacinas que o Paraná tem direito ao longo da campanha. Um novo lote, com 312 mil doses, deve chegar ao Estado na próxima quinta-feira, 5, e logo em seguida será descentralizado aos municípios.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira, a recomendação é que as prefeituras deem seguimento a campanha e remanejem, se necessário, doses de uma unidade de saúde para outra. “Enquanto as novas doses não chegam do Ministério, os municípios devem otimizar o estoque e disponibilizar mais vacinas onde a demanda é maior”, detalhou.
Até o dia 20 de maio, o Estado espera imunizar pelo menos 2,9 milhões de paranaenses. A preocupação é maior com as gestantes, que constituem o grupo com a menor cobertura vacinal até agora (39%).
H1N1: entenda os sintomas da doença
Da assessoria – A chegada do outono, época que antecede a estação mais fria do ano, traz consigo alguns problemas comuns dessas estações, como gripes e resfriados. Além do aumento alarmante das arboviroses – dengue, chikungunya e zika vírus – neste início do ano, surge agora mais uma preocupação à população brasileira: a gripe H1N1.
“Os sintomas são muito parecidos, mas as chances de complicações e de hospitalizações com o vírus H1N1 são mais frequentes do que com os outros tipos de vírus influenza”, afirma o coordenador de infectologia pediátrica do Hospital Sabará de São Paulo, dr. Marco Aurélio Sáfadi.
Os casos começaram a aparecer mais cedo este ano e ainda não se sabe a explicação para esse fenômeno. Torna-se preocupante ver casos de H1N1 no verão, já que essa é uma doença mais comum no inverno. Com alguns sintomas muito parecidos com os das arboviroses, que tiveram um grande aumento este ano, fazer um diagnóstico diferenciado pode ser um desafio, especialmente nos atendimentos dos prontos socorros. Sintomas como febre, dores musculares, dor de cabeça e fadiga se assemelham aos das arboviroses, mas a H1N1 se diferencia pela presença de coriza, problemas respiratórios e dor de garganta.
Mas o que é a gripe H1N1?
A gripe H1N1 é uma das muitas gripes causadas pelo vírus influenza. Existem três tipos de vírus Influenza – A, B e C – os vírus influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus influenza A responsável pelas grandes pandemias.
Quanto aos sintomas da gripe, tanto a sazonal quanto a pandêmica, pouco diferem entre si. Em geral, são calafrios ou uma sensação de frio, mas febre pode também representar a primeira manifestação clínica, com as temperaturas corpóreas variando entre 38 a 39 °C.
Os principais sintomas são dores pelo corpo, especialmente nas articulações e garganta, febre e frio excessivo, fadiga, cefaleia, olhos irritados e lacrimejantes, vermelhidão dos olhos, pele (particularmente face), boca, garganta e nariz. Em crianças, sintomas gastrintestinais, principalmente diarreia e dores abdominais. A transmissão da doença se dá pelo contato direto ou com objetos contaminados de pessoa para pessoa, por via aérea ou por meio de partículas de saliva e de secreções das vias respiratórias.