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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Em Beltrão, 11 casos, 136 notificações e não é coronavírus, é mosquito

Saúde

Ao contrário do novo coronavírus, um inimigo invisível e de difícil controle, que continua merecendo atenção e prevenção, a dengue – também causada por um vírus, mas que tem o mosquito Aedes aegypti como vetor – é uma ameaça que pode ser vista e evitada de maneira muito mais fácil, mas está sendo negligenciada por uma parte da população. Em Francisco Beltrão, já são 11 casos confirmados de 1º de janeiro a 28 de março. Destes, 5 são importados e 6 foram contraídos no município.

Neste período da janela epidemiológica são 136 notificações, 78 descartadas e 47 em investigação. O último Índice de Infestação Predial divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), em fevereiro, mostra Francisco Beltrão com IIP de 5,7%, o que é considerado de alto risco. Os principais focos estão em locais habitados, com predominância em pratos de vasos de flores, cisternas, bebedouros, materiais recicláveis e até em bandejas atrás de geladeiras.

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O combate promovido pelos agentes de endemias continua, mesmo as ações tendo se voltado para a prevenção ao coronavírus. “Foi orientado apenas para não entrarem nas residências, nem assinar as fichas de controle, que normalmente ficam nos banheiros, mas os quintais continuam sendo vistoriados normalmente”, informa Tânia Lise, coordenadora do setor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde.

Dona Deomira Leichtweis mora no Bairro Luther King e cuida para suas plantas não se transformarem em criadouros do mosquito.

 

Só um bairro sem notificação
Em Beltrão, apenas um dos 29 bairros não apresenta notificação de dengue: o Júpiter. Até mesmo no interior são 11 notificações. Os bairros com mais casos suspeitos são Vila Nova e Alvorada, com 10; Industrial, São Miguel e Luther King, com 8 (confira no infográfico todas as notificações). Os casos confirmados estão nos bairros Vila Nova (4), Industrial (2), Jardim Floresta (2) e Alvorada, Centro e São Cristóvão (1 cada). Tânia afirma que as pessoas que tiveram dengue estão bem, foram atendidas nas unidades de saúde e nenhuma precisou ser hospitalizada.

A coordenadora explica ainda que o fumacê — inseticida que elimina o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue — é usado sempre quando há notificação em um local, em um raio de 300 metros da residência onde o foco foi encontrado. Nesta época em que as pessoas estão mais em casa, ela lembra as recomendações do Ministério da Saúde, de que se faça uma vistoria nas casas e quintais durante 10 minutos para eliminar possíveis criadouros.

Muitas plantas, mas sem pratinhos com água
Dona Deomira Leichtweis mora no Bairro Luther King e tem dezenas de plantas em seu jardim. Ela cuida pessoalmente de todos os vasos e floreiras e conta que não gosta de usar pratinhos que acumulam água, porque dão muito trabalho e pelo perigo da dengue. Quando usa algum recipiente, dona Mira deixa a planta absorver a água e logo retira o prato, lavando bem com uma esponjinha.

O exemplo é positivo e pode melhorar a situação do município se for seguido por mais pessoas. “É muito importante que a população colabore e continue nos ajudando”, reforça Tânia Lise.

Números da dengue na região e no Estado
Na 7ª Regional de Saúde, de Pato Branco, 14 municípios somam 586 notificações de dengue e 10 municípios registraram 162 casos. Os três com maior número de casos positivos são Chopinzinho, com 83, Pato Branco, 46, e São João, 24.

Na 8ª RS, de Francisco Beltrão, a situação é ainda mais preocupante: 25 municípios somam 1.590 notificações e 17 têm casos positivos, resultando em 496 pessoas com dengue. Os três municípios com maior número de casos são Santa Izabel do Oeste, com 179, Salto do Lontra, 97, e Capanema, 93.

No Paraná, das 204.807 notificações, 87.900 casos deram positivo e 69 pessoas morreram de dengue desde agosto de 2019 — janela epidemiológica usada pela Secretaria de Estado da Saúde; 73.148 casos estão em investigação.

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