Foto de Thiago Chiapetti/JdeB |
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Fisioterapeuta Júlio César Chinelato, que teve seu artigo científico publicado na revista Neurociências, da Unifesp. |
Um estudo científico desenvolvido em um grupo de estudos na Faculdade de Pato Branco (FADEP) associa a toxina botulínica com a fisioterapia no tratamento de doenças que comprometem o sistema nervoso central e afetam os músculos, deixando-os mais rígidos. O fisioterapeuta Júlio César de Andrade Chinelato, da Clínica de Fisioterapia e Reabilitação Zanatta, concluiu que o efeito da associação destes recursos é melhor do que quando se utiliza uma ou outra isoladamente. Os detalhes da pesquisa foram publicados, em 2010, na revista científica Neurociências da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo Júlio Chinelato, a técnica pode beneficiar pessoas que sofreram derrame cerebral, traumatismo craniano ou paralisia cerebral. Nestas condições, estes pacientes “desenvolvem um grupo muscular rígido que pode comprometer qualquer parte do corpo e que impede de fazer atividades normais do dia-a-dia; como, por exemplo, se alimentar ou escovar os dentes”.
Júlio Chinelato explica que os movimentos dos membros do corpo humano ocorrem por meio de um estímulo nervoso enviado pelo cérebro. “Quando se aplica a toxina, o comando vem da cabeça e chega próximo do músculo. Esta mensagem não chega ao músculo por ação da toxina”, diz. “A toxina é um produto da bactéria Clostridium Botulinum injetada no músculo”, acrescenta.
“Nestes casos, quando se injeta toxina botulínica, o impulso exagerado que estava vindo para o músculo diminui, deixando a articulação mais relaxada, mais maleável”, esclarece Júlio Chinelato.
Para o pesquisador, a fisioterapia surge para reordenar os movimentos do membro afetado. “Mas o resultado da toxina ou da fisioterapia é mais válido quando as duas estão associadas, pois com os músculos mais relaxados proporcionado pela toxina, o indivíduo somente irá conseguir reorganizar seus movimentos com o tratamento proporcionado pela fisioterapia.”
Pesquisa
Durante a pesquisa, um grupo acometido por uma das doenças em questão foi submetido apenas ao tratamento de fisioterapia; outro grupo de pacientes teve só a toxina botulínica injetada; e o terceiro grupo foi tratado com ambos os recursos.
No levantamento literário sobre o assunto, conforme Júlio Chinelato, inclusive artigos em inglês foram considerados. “Levei uns dois anos, pois tive que traduzir 12 artigos em inglês. É muito difícil fazer estudo científico em faculdade particular, pois não há incentivo”, critica o fisioterapeuta.
“Mas o importante é que concluí que deve haver mais pesquisas sobre este assunto e que se desenvolvam mais métodos para avaliar melhor a técnica”, sugere Júlio Chinelato que atua na área de ortopedia, osteopatia e terapia manual.
Qualquer profissional ou estudante na área da saúde que se interesse em desenvolver grupos de estudos e pesquisas podem entrar em contato através do email: juliochinelato@hotmail.com ou pelo telefone (46) 3523-0272.