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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Estudo revela que hipertensão pode aumentar risco de demência

Saúde

Um estudo publicado recentemente pela European American Heart quantificou os riscos que a hipertensão pode representar ao sistema neurológico. Elaborada dentro da University College London (UCL), a pesquisa revelou que quadros de pressão ligeiramente elevada, a partir dos 50 anos, já são suficientes para aumentar o risco de demência em cerca de 45% até os 75 anos. “Embora tenha sido feito na Europa, este estudo é bastante relevante para a nossa realidade. Afinal, a hipertensão já atinge 35% da população brasileira, além de ser responsável por desencadear até 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no País”, alerta o dr. Abrão Cury, cardiologista e clínico geral do Hospital do Coração (HCor).
O estudo europeu analisou dados de 8.639 pessoas oriundas da pesquisa mundialmente reconhecida Whitehall II que contou com mais de dez mil funcionários públicos britânicos rastreados desde 1985. “A investigação verificou que pessoas com 50 anos de idade com pressão arterial sistólica de 130 mmHg, entre a faixa de pressão arterial ideal (90 / 60mmHg e 120 / 80mmHg) e aquela considerada alta (140 / 90mmHg), ou acima, tiveram um risco 45% maior de desenvolver demência”, relata o dr. Abrão.

 

Faixa etária e razões para o problema
Entre os participantes da pesquisa que, de fato, desenvolveram o problema, posteriormente, a idade média de registro dos primeiros sintomas de demência foi de 75 anos. Portanto, uma tese dos autores do estudo é a de que o link entre demência e hipertensão estaria no fato de que, com o aumento da pressão arterial, uma sucessão de “microderrames” poderia ocorrer, ao longo dos anos, de maneira silenciosa e imperceptível. “De acordo com estes pesquisadores, o acúmulo desses eventos é que talvez houvesse provocado a perda cognitiva registrada nos pacientes investigados, assim que chegaram à terceira idade”, complementa o médico.

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Alto risco e subdiagnóstico
Além de confirmar os efeitos prejudiciais da hipertensão na meia-idade, em relação ao risco de demência, como sugerem pesquisas anteriores, o estudo ainda indica que, aos 50 anos, o risco de demência pode ser observado de maneira significativa, inclusive, em pessoas que aumentaram os níveis de pressão arterial sistólica abaixo do limiar comumente utilizado para tratar a hipertensão.
“Esta pesquisa é observacional e em nível populacional. Portanto, não pode ser traduzida em implicações para pacientes individuais diretamente. Contudo, vale lembrar que a correção de hábitos cotidianos pode combater a hipertensão e, consequentemente, prevenir as comorbidades que ela desencadeia”, concluir o cardiologista do HCor.

 

Estilo de vida e prevenção
Para contribuir com a prevenção da hipertensão, o dr. Abrão afirma que é fundamental medir a pressão regularmente, principalmente, na terceira idade. Afinal, ela aumenta, conforme o envelhecimento. Além disso, é importante praticar atividades físicas e adotar um estilo de vida saudável. “Para isso, é indispensável parar de fumar; cuidar do peso; interromper ou diminuir drasticamente o consumo de álcool; e combater o sedentarismo, por meio corridas e caminhadas regulares”, sugere. “O estresse também contribui com a hipertensão. Por isso, procure enfrentar as dificuldades do dia a dia com mais tranquilidade, sem se esquecer de manter uma alimentação saudável, com mais vegetais, menos gordura e pouco sal”, finaliza.

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