Conhecer seus limites, usar EPIs e fazer ginástica laboral são algumas formas de evitá-los.
Por Leandra Francischett – No Brasil, acontece um acidente de trabalho a cada 3 segundos, alerta Anna Laura Walter, engenheira de segurança do trabalho da Ecovision que palestrou no Jornal de Beltrão, terça-feira. Esta foi uma das atividades da Sipat (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho) da empresa, que contará com uma atividade por mês. O evento também marca este mês, considerado Abril Verde, de conscientização sobre segurança e saúde no trabalho.
Segundo Anna, esse número deve ser ainda maior, pois há uma defasagem das informações, diante da falta de registros. Ela comenta que hoje, no Brasil, existem 35 Normas Regulamentadoras (NRs) em vigor, para auxiliar os trabalhadores. A NR 17 trata da ergonomia, que visa estabelecer condições de trabalho que favoreçam a saúde do colaborador, considerando o posto de trabalho, a situação de trabalho e o contexto da atividade.
Segundo Anna, é preciso considerar a ergonomia física, organizacional e cognitiva. A ergonomia física inclui ventilação e temperatura do ambiente, iluminação, condições sanitárias, quantidade de ruído, organização do ambiente, e disponibilidade e qualidade de equipamentos. A ergonomia organizacional considera as rotinas de trabalho informatizadas, trabalho exaustivo e repetitivo, quantidade insuficiente de trabalhadores ou alta carga de trabalho e falta de orientação e despreparo em relação à segurança de trabalho.
Já a ergonomia cognitiva observa aspectos relacionados às condições mentais do trabalhador e busca adotar medidas de combate ao estresse e à ansiedade.
Entre os riscos ergonômicos estão esforço físico excessivo, postura inadequada, jornadas de trabalho prolongadas, atividades monótonas e repetitivas, controle rígido de produtividade e situações de estresse.
Autoconfiança
Anna ressalta que o excesso de confiança é uma das causas dos acidentes. “Pessoas muito tempo naquela atividade se tornam autoconfiantes. Os acidentes ocorrem no descuido.”
Anna cita como possíveis doenças ocupacionais LER e Dort; cansaço físico e dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia e doenças do aparelho digestivo, tensão, ansiedade e problemas de coluna. Importante ficar atento aos sinais, como irritabilidade, mudanças de humor, isolamento e dificuldades de concentração.
O que fazer? Anna sugere delegar funções, para que o ambiente de trabalho seja mais produtivo; manter a mesa organizada; e, principalmente, conhecer seus limites. A ginástica laboral também pode contribuir, pois ajuda no relaxamento, no alongamento e na respiração, para então retomar a concentração. Em casos de percepção de alguns sintomas, importante procurar ajuda profissional.
