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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Insulina inalável tem ação mais rápida e pode evitar diversas aplicações diárias

Anvisa aprovou esta semana a primeira insulina inalável
do Brasil.

Alguns pacientes precisam fazer várias injeções de insulina diariamente.
Alguns pacientes precisam fazer várias injeções de insulina diariamente.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou esta semana a comercialização da primeira insulina inalável do Brasil. A resolução que concede o registro ao produto foi aprovada quinta-feira, 30, e publicada segunda-feira, 3 de junho, no Diário Oficial da União. A nova insulina tem ação mais rápida que a forma subcutânea e pode evitar a necessidade de várias injeções por dia.A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou esta semana a comercialização da primeira insulina inalável do Brasil. A resolução que concede o registro ao produto foi aprovada quinta-feira, 30, e publicada segunda-feira, 3 de junho, no Diário Oficial da União.

A nova insulina tem ação mais rápida que a forma subcutânea e pode evitar a necessidade de várias injeções por dia.A insulina inalável é comercializada em pó, em cartuchos com três tipos de dosagem. A utilização será feita pelo paciente com diabetes por meio de um inalador — nele, é encaixado um cartucho para que o pó seja aspirado. A substância é levada ao pulmão e absorvida pela corrente sanguínea, para reduzir os níveis de glicemia.

“Ela tem essa ação por estimular alguns tecidos, como o músculo e a gordura, a captarem a glicose que circula no sangue, a fim de ser utilizada como fonte de energia. Na falta de insulina essa captação não ocorre e, consequentemente, a glicose no sangue permanece elevada”, explica o médico endocrinologista Fernando Spada, de Francisco Beltrão.O novo produto tem um perfil de ação ultrarrápido.

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De acordo com o dr. Freddy Eliaschewitz, assessor científico da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), “mesmo a mais rápida das insulinas começará a agir, até ser absorvida pela pele, dentro de meia hora ou quarenta minutos e seu efeito terá duração de quatro ou cinco horas. A insulina inalável é absorvida rapidamente pela corrente sanguínea e começa a agir em 10 minutos, com pico de ação em 15 minutos, e um efeito que dura de duas a três horas”.Outra vantagem é que a insulina inalável se torna uma opção para os pacientes que precisam fazer várias aplicações diárias.

“Alguns pacientes com diabetes necessitam, por vezes, cinco ou mais injeções de insulina rápida por dia. A via pulmonar permite um início de ação da insulina mais rápido em comparação com a insulina injetável. A desvantagem da insulina inalatória é a menor opção de doses, tornando mais difícil o ajuste preciso da dose para um controle adequado da glicemia”, acrescenta o dr. Fernando Spada.

Contraindicações

A insulina inalável poderá substituir as injetáveis de ação rápida, mas não as insulinas de ação lenta, chamadas de insulinas basais. Dr. Fernando cita outras contraindicações: “A insulina inalável está contraindicada para pacientes que fumam ou que tenham deixado de fumar há menos de seis meses, além de portadores de doenças pulmonares crônicas, como asma ou enfisema pulmonar. Ainda não existem estudos de segurança e eficácia da insulina inalável em crianças e adolescentes — abaixo de 18 anos de idade —, portanto, no momento a indicação é de uso apenas em adultos”.

Outras opções

Segundo o endocrinologista, uma insulina inalável foi lançada nos Estados Unidos, em 2006, mas um ano depois foi retirada do mercado devido à baixa aceitação dos pacientes. O dispositivo de inalação era tecnicamente muito complexo. “Hormônios proteicos como a insulina são degradados no estômago se ingeridos via oral, perdendo sua eficácia, por isso devemos utilizar outras vias de uso. Já foram estudadas várias outras alternativas para o uso da injeção subcutânea, como a nasal, bucal e transdérmica (pela pele), porém, ainda sem resultados promissores de eficácia. Atualmente, está em pesquisa uma insulina de uso via oral que é resistente à degradação pelo estômago”, completa dr. Fernando. *Com informações da assessoria.

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