Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rins e córneas de Emerson Ternoski, de Renascença, foram coletados.
Mais uma vítima de morte cerebral se tornou doador através da decisão da família e do trabalho da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Hospital São Francisco, de Francisco Beltrão. Coração, pulmão, fígado, pâncreas, rins e córneas de Emerson Ternoski, 25 anos, morador do interior de Renascença, foram coletados nesta terçafeira, 14.
Segundo Ana Carolina Bonatto, coordenadora da Cihdott, os órgãos, “a princípio, foram transportados para São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Cascavel. Emerson foi vítima de disparo de arma de fogo e teve morte cerebral constatada na tarde de segunda-feira, 13, após exame de arteriografia realizado na Policlínica de Pato Branco.
Em 2016 foram seis notificações de morte encefálica. Duas doações foram efetivadas e quatro óbitos ocorreram durante o protocolo. “Para equipe hospital São Francisco, com certeza, é muito importante saber que a família decidiu pela doação, podendo estar ajudando muitas pessoas de alguma forma. Salvar vidas amima toda equipe, mas é importante lembrar que só conseguimos mediante a família que se sensibilizou neste momento de dor e pensou em ajudar o próximo”, frisa Ana Carolina.
Para a família de Emerson, autorizar a doação foi como seguir a própria vontade da vítima. “Se ele tivesse vivo, seria a vontade dele [doar os órgãos]. Ele era muito alegre, só conhecendo pra saber. Acho que ele está muito feliz na no céu”, declarou Marinês da Silva, esposa de Emerson, em entrevista à Rádio Onda Sul.
A agilidade entre o fechamento do protocolo, a coleta, o transporte e o transplante é crucial para o aproveitamento de órgãos e tecidos. Após a retirada os órgãos suportam muito pouco tempo sem circulação sanguínea: o máximo. O coração, por exemplo, deve ser reaproveitado em até quatro horas; pulmões, de quatro a seis horas; fígado, até 12 horas; pâncreas, até 20 horas; intestino, de seis a oito horas; rins, entre 24 e 36 horas; vasos, até 10 dias.
No Paraná, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes (CET), até abril deste ano foram 283 notificações de morte cerebral, 42 a mais que em 2015 (241), dos quais 100 resultaram em doações e 183 em não-doação, a maior parte em função de recusa familiar (67 casos). Nesse mesmo período, o Estado realizou 196 transplantes: sete de coração, 52 de fígado, 125 de rins e 12 de pâncreas.