Apesar de menos eficaz, este tipo de máscara ajuda a conter as gotículas de saliva espalhadas ao conversar, tossir ou espirrar.

Em vídeo da campanha, dr. Igor Chiminacio
reconhece que máscara de tecido não é uma barreira perfeita,
mas defende seu uso em massa pelas pessoas que não tenham sintomas.
Uma campanha iniciada nas redes sociais pelo médico Igor Chiminacio, de Pato Branco, está recomendando à população o uso de máscaras de pano para ajudar a conter a proliferação do coronavírus. A ideia é utilizar máscaras de confecção caseira – não as mesmas indicadas para profissionais de saúde – com até três camadas de tecido.
Segundo o médico, o adereço não evita totalmente a passagem do vírus, mas ajuda a conter a disseminação de gotículas de saliva no ambiente. “As pessoas devem usar a máscara como equipamento de proteção em massa, para que ao falar em público despejem menos gotículas de saliva, que disseminam o vírus e acabam ficando na superfície dos locais ou acabam ficando no rosto das pessoas. Esse tipo de máscara não faz a filtragem do vírus no ar caso a pessoa seja portadora individual da Covid-19, mas retém boa parte das gotículas”, diz dr Igor.
Para popularizar a proposta, dr. Igor fez uma campanha denominada “Máscaras pela vida Brasil”. Nas redes sociais, ele explica as diferenças entre as máscaras e justifica o uso de algum tipo de proteção de pessoas que tenham sido infectadas, mas estão assintomáticas. O alerta também é para evitar tocar a máscara com as mãos. Em outros países existem campanhas semelhantes.
O coronavírus se espalha por meio de secreções e gotículas que saem da boca ao falar, tossir ou espirrar. Essas gotículas são espalhadas no ambiente, em superfícies e diretamente em outras pessoas próximas, carregando consigo o vírus da Covid-19. Por isso a necessidade de redobrar a higiene das mãos, não tocar olhos e boca e evitar aglomerações e cumprimentos.
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OMS não recomenda
Tanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) quanto o Ministério da Saúde recomendam que somente pessoas que apresentem sintomas da Covid-19 usem máscaras cirúrgicas ou do tipo N95 e PFF2. Estas últimas possuem capacidade maior de filtrar o ar e consequentemente o vírus, mas a prioridade de uso é para quem trabalha na área de saúde, em contato com provável alta carga viral. Outro detalhe é que, devido à alta demanda em virtude do coronavírus, estes tipos de máscara estão escassos e devem ser priorizados para pacientes e profissionais de saúde.
Adoção em massa
A proposta defendida pelo médico pato-branquense visa reforçar os cuidados que a população deve ter mesmo sem apresentar qualquer sintoma da infecção. “Não é uma barreira perfeita, mas ajuda a bloquear a quantidade de saliva exposta. Ela não barra totalmente o vírus, mas diminui sua propagação por meio da saliva”, justifica.
Igor defende que a adoção em massa das máscaras de tecido pode ser um mecanismo de prevenção a mais para flexibilizar a quarentena e, gradativamente, permitir a abertura de comércios e circulação de pessoas nas ruas, adotando todos os outros meios de conter a proliferação já recomendados.