Representantes da Sesa se reuniram com gestores de Saúde para traçar estratégias de enfrentamento à doença.

o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue. Foto: Assessoria.
Por Leandra Francischett – Mobilização contra a dengue. Na manhã de ontem, no auditório do Senac, aconteceu uma reunião para alinhamento de estratégias de enfrentamento da dengue no Sudoeste, com os 27 municípios que integram a 8ª Regional de Saúde. Participaram do encontro Ivana Lúcia Belmonte, coordenadora da Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa); Emanuelle Gemim Pouzatto, chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores; Nádia Zanella, diretora da 8ª Regional de Saúde; além de secretários municipais de Saúde, coordenadores da vigilância epidemiológica e coordenadores de endemias.
Nádia destaca que há várias estratégias de enfrentamento contra a dengue, mas a principal delas é a sensibilização da população. “Também focamos na atuação a campo dos nossos agentes de endemias, dos agentes dos municípios, com apoio das agentes comunitárias de saúde, da atenção primária, envolvendo as outras secretarias, a força do poder público, como secretarias de Obras, de Meio Ambiente, da Educação, porque todas essas frentes são importantes.”
Segundo Nádia, o principal trabalho que precisa ser fortalecido neste momento é a remoção dos criadouros, que depende de cada um olhar para o seu terreno, sua casa, uma vez que a maior parte dos focos do mosquito, pelo menos 90%, são em residências domiciliadas. Muitas vezes, os moradores não visualizam qual é o ponto de risco para acumular água e para que seja um criadouro do mosquito. “Então é importante olhar no quintal, um ralo de calçada externa, um sanitário que não é tão utilizado, os vasos de plantas, a calha, que pode depositar folhas e acabar acumulando água, caixas d’água, cisternas. A gente viveu uma crise hídrica e muita gente instalou cisternas e até mesmo em cisternas vedadas encontramos larvas de mosquitos, então elas precisam ser vistoriadas.”
A periodicidade da vistoria pode ser semanal, de apenas dez minutos, porque ali pode haver um foco. Nádia acrescenta que foram encontradas larvas em locais menos prováveis, como em reservatório de água de geladeira e reservatório de água de ferro de passar roupa. “A gente precisa lembrar que o mosquito está dentro das nossas casas também, e ele pode se utilizar de qualquer ponto que favoreça a proliferação.”
Casos aumentam a cada dia
Toda terça, a Sesa publica em seu site o boletim epidemiológico das semanas anteriores referente aos municípios de abrangência da 8ª Regional de Saúde, mas estes dados variam diariamente, pois há muitas notificações diárias. Os números aumentam diariamente, muitas vezes, o boletim publicado toda terça-feira, pela Sesa, sofre alterações diárias. Hoje, na abrangência da 8ª Regional de Saúde, são mais de sete mil casos de dengue confirmados somente no ano de 2022.
“É importante falar que os casos estão se apresentando com sinais de maior gravidade, exigindo a hospitalização das pessoas e tem sobrecarregado os serviços de saúde, muitas vezes causando uma demora maior para o atendimento, então é muito importante que todos somem esforços no sentido de remover o criadouro, esta é a ação principal que temos que adotar.”
Esses números são bem superiores a 2021, quando os casos de dengue foram mais estáveis. “Ainda bem, porque estávamos no enfrentamento da covid-19. Em 2022 já esperávamos que voltasse a subir, pelo próprio ciclo do mosquito. Essas ações devem ser contínuas. Agora estamos entrando para um clima mais frio, isso certamente irá contribuir pra baixar esses números, mas não podemos esquecer que temos todo o segundo semestre deste ano, então temos vários meses de calor e essas ações devem ser contínuas para não estender este problema.”
Na próxima sexta-feira, dia 22, o JdeB publica entrevista com a médica veterinária Ivana Lúcia Belmonte, coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa.
Encontro em Pato Branco
Também teve reunião sobre a dengue em Pato Branco, dia 18, no auditório da Unidep, com a presença de Ivana e do chefe da 7ª Regional de Saúde, Anderson Nesello, além dos secretários e chefes de departamentos do município, bem como dos secretários de saúde de Itapejara D’Oeste, Coronel Vivida, Palmas, Mariópolis e Clevelândia. Também estiveram presentes acadêmicos de Medicina da Unidep.
Conforme informações da assessoria de imprensa da Prefeitura de Pato Branco, o município vive uma epidemia de dengue, com índice de infestação vetorial do Aedes aegypti de 4,4%, e está em situação de emergência. Esse índice de infestação está sendo medido novamente nesta semana. Atualmente, o município tem 577 casos confirmados de dengue, com um óbito em investigação.