O medicamento será disponibilizado apenas em hospitais de referência.
O Ministério da Saúde publicou sexta-feira, 27, uma Nota Informativa sobre o uso da cloroquina e seu análogo hidroxicloroquina como terapia auxiliar em casos graves da Covid-19. Conforme a Nota nº 5/2020-DAF/SCTIE/MS, os fármacos serão distribuídos em hospitais de referência e ministrados apenas em pacientes que estejam internados.
Os boatos de que a cloroquina seria eficiente no combate ao coronavírus — antes de qualquer informação oficial — fizeram com que o medicamento sumisse de muitas farmácias. Assim, pacientes que precisam desses remédios para tratar doenças como lúpus, lúpus eritematoso, artrite reumatoide e malária correram risco de ficar desassistidos.
Em função dessa busca desenfreada, a Anvisa incluiu esses medicamentos na lista dos controlados com retenção de receita. Agora, com a nota do Ministério da Saúde, a dispensação será feita de forma correta, sob responsabilidade dos setores de epidemiologia das 22 regionais de Saúde do Paraná.
“O Estado já está disponibilizando o estoque existente nas farmácias da regionais de saúde. Importante: é para casos graves internados nos hospitais de referência, ou seja, não será destinado a casos suspeitos”, reforça Benvenuto Juliano Gazzi, coordenador da Seccional Sudoeste do CRF-PR e farmacêutico da Seção de Assistência Farmacêutica da 8ª RS.
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Por que a cloroquina?
O Ministério da Saúde justificou o uso do medicamento por não existirem terapias farmacológicas e imunobiológicos específicos e eficazes para a Covid-19 e pela taxa de letalidade da doença em pessoas mais velhas e levou em conta publicações recentes com dados preliminares sobre o uso da cloroquina e hidroxicloroquina em pacientes afetados pelo novo coronavírus.
A nota do Ministério também aponta que se trata de um medicamento de baixo custo, de fácil acesso e facilmente administrado, além de o Brasil possuir capacidade de produção em larga escala e de abastecimento nas redes estaduais e municipais. A medida poderá ser modificada a qualquer momento, de acordo com novas evidências científicas.
Não à automedicação
O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, orientou que a população em geral continue seguindo as medidas de prevenção da doença. “Não indicamos a automedicação e nem que as pessoas corram até as farmácias para comprar e ingerir esse remédio, pois ele não é uma cura para a doença. A Saúde alinhada com o Governo do Estado reforça que o isolamento social é importante para evitarmos a contaminação de mais pessoas.”
*Com informações da Sesa.
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