Sociedade Brasileira de Dermatologia lança estudo inédito sobre exposição solar e fotoproteção com números preocupantes quanto à prevenção de doenças da pele.
O sol é o principal fator ambiental que interage com a saúde do homem. Para saber como o brasileiro se relaciona com ele, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apresenta pesquisa inédita sobre hábitos de exposição solar e fotoproteção, realizada pelo Datafolha. A pesquisa mostra que nenhum dos brasileiros se protege de forma completa (evitando o sol das 10h às 16h, usando chapéu, óculos, protetor solar e sombrinha ou guarda-sol) no seu dia a dia e somente 23% usam o protetor diariamente como recomendado pelos dermatologistas.
Quando questionados sobre a proteção solar nos momentos de lazer, 4% dos entrevistados (representando cerca de 6 milhões de brasileiros) não se protegem de forma alguma quando estão na praia, piscina, cachoeira, banho de rio ou lago, isto é, quando estão diretamente expostos aos raios e com roupas de banho, com mais partes do corpo expostas.
Já o principal horário de exposição dos brasileiros na praia ou piscina é das 10 às 15h (44%); ou seja, o pior horário para pegar sol. “Além de não se protegerem, ainda se expõem ao sol no pior horário”, destaca Sérgio Schalka, coordenador da pesquisa e do Consenso de Fotoproteção da SBD.
Homens jovens desprotegidos
Dos entrevistados que têm filhos até 15 anos, 20% dessas crianças e adolescentes não se protegem de forma alguma nas atividades de lazer. Se a análise incluir as classes D/E, esse percentual sobe para 35%. “Isso é preocupante, pois sabemos que a exposição até os 18 anos é a mais prejudicial à saúde”, aponta o dermatologista.
As mulheres usam significativamente mais o protetor solar nas atividades de lazer (79%) do que os homens (52%), enquanto que os brasileiros de menor escolaridade e nível socioeconômico são os que menos usam o protetor solar (50%) na praia ou piscina.
De 23 a 27 de agosto, o Datafolha avaliou os hábitos de fotoproteção de 2.069 mil brasileiros, em 130 municípios. Segundo Schalka, “a pesquisa é importante para que possamos tomar iniciativas mais sólidas de prevenção ao câncer da pele. Ainda temos grande parcela da população que não se previne adequadamente, precisamos reverter este quadro”.