Ela encontrou apoio na Mão Amiga e usou uma peruca feita pela entidade.

“Hoje só tenho a agradecer a Deus pela minha vida. Deus é fiel o tempo todo”, diz Veronice Rodrigues José, 38 anos. Quando estava com 29 anos, foi diagnosticada com câncer de mama e mal de Paget, que afeta os ossos. “Foi um susto, tive muito medo, fiz cirurgia para retirada da auréola e fiz 33 radioterapias. Não precisou fazer quimioterapia, graças a Deus, consegui vencer.” Ela passou a fazer acompanhamento e foi assim nos nove anos seguintes, com exames e mamografia.
“Numa consulta, o doutor Reno, apalpando, suspeitou de um nódulo e pediu biópsia. No dia 30 de setembro de 2019 recebo o resultado. Foi o dia mais difícil da minha vida, pois era a segunda vez com câncer de mama triplo negativo. Perdi o chão, não conseguia nem respirar, pensei que ia morrer. Na minha cabeça passou tantas coisas, meus filhos, minha família. E agora?”
Nice, como é chamada, fez tomografia para ver como estavam os outros órgãos e com o passar dos dias foi se fortalecendo novamente. Fiz 16 quimioterapias, quatro vermelhas e 12 brancas. “Depois de 15 dias da primeira quimio meu cabelo caiu. Não é nada fácil ficar careca, mas Deus estava ali do meu lado, enfrentei. Como diz minha mãe, sou uma guerreira, usei peruca, usei lenço, fui muito bem acolhida pela Mão Amiga quando precisei.”
Sobre a peruca, Nice conta que, quando fez a primeira quimio, já sabia que no prazo de 15 dias cairia o cabelo, então procurou a Mão Amiga. “Eu tinha muita vergonha, muita tristeza, foi bem difícil essa fase. Fui levada na sala onde elas mesmas fazem as perucas e eu usei uma bem parecida com a cor do cabelo que eu tinha. Eu usava mais pra sair, porque tinha um pouco de vergonha. Hoje em dia vejo as mulheres que conseguem encarar essa fase, mais facilmente.”
Retirada das mamas
Quando estava terminando as quimio, durante uma consulta, ela ficou sabendo que precisaria retirar a mama e existia uma grande possibilidade de ter uma metástase na outra mama. “Como eu já estava passando pelo câncer pela segunda vez, uma grande amiga, Michele, fez uma vaquinha on-line e muitas pessoas colaboraram. Consegui retirar as duas mamas e pagar a prótese. Foi um ano de tratamento e venci, graças a Deus, à minha família e aos amigos. Pessoas que nem me conheciam também me ajudaram de alguma forma.” Com a vaquinha, foi possível pagar a cirurgia e as próteses, pois pelo SUS seria retirada apenas uma mama.Nice está curada e vive feliz ao lado do marido Alexandre, das três filhas Amanda, Alana e Alice e do enteado Rômulo.
