Angelita Walker Duarte trabalha num cruzeiro para quase quatro mil passageiros que está em quarentena no porto de Nova Orleans.

Angelita Walker Duarte trabalha na
recreação do navio Norwegian Getaway.
O navio Norwegian Getaway, em que a beltronense Angelita Walker Duarte integra a equipe de recreação para crianças e adolescentes, está aportado em Nova Orleans, Luisiana (EUA), desde domingo, 15. A embarcação tem capacidade para 3.969 passageiros e 1.640 tripulantes e está em quarentena por precaução, já que não teve caso nem suspeita de coronavírus a bordo.
Hoje, apenas os tripulantes permanecem no navio em sistema “lock down”: ninguém entra e todos os passageiros tiveram de desembarcar em Nova Orleans. “Estávamos fazendo roteiro de uma semana, saía de Nova Orleans e ia pro México, Honduras e Belize. Eles avisaram na semana passada que iam suspender as atividades, a princípio não embarcava mais nenhum passageiro, não sabiam nem em que porto iam parar. Aí, domingo, parou em Nova Orleans e o porto está permitindo ficar aqui por enquanto”, conta Angelita. Ela iniciou seu trabalho em fevereiro.
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A Norwegian parou toda a frota de 28 navios e agora está fazendo a logística para enviar os tripulantes para seus países de origem. “Terça [17], começaram a mandar algumas pessoas pra casa, mas é muita gente e eles têm que avaliar com os países que estão com as fronteiras e aeroportos fechados. Várias empresas americanas suspenderam voos pro Brasil. Mas a previsão é que até 1º de abril toda a tripulação tenha sido enviada pra casa. Está todo mundo pronto pra ir embora a qualquer momento.”
Na equipe de Angelita, há 26 pessoas de 11 nacionalidades: Brasil, Polônia, Macedônia, Sérvia, Zâmbia, China, Colômbia, Peru, México, Reino Unido e Estados Unidos. Entre toda a tripulação, ela acredita que cerca de 80% sejam das Filipinas.
Rotina no navio fechado
A tripulação está cumprindo jornadas de quatro horas diárias de trabalho, para deixar tudo organizado e higienizado no navio. “Tem atividades de recreação liberadas pros tripulantes pra manter o ‘moral’ da galera. O departamento médico também funciona o tempo inteiro e, qualquer coisa diferente, mandam a gente na hora pra avaliação. Mas, no geral, tá todo mundo esperando, ninguém sabe quando vai para casa e qual vai ser a rota de volta”, diz Angelita.