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Francisco Beltrão
terça-feira, 01 de julho de 2025

Edição 8.236

01/07/2025

ABRIL VERDE

Norma trata de riscos psicossociais para a saúde do trabalhador

Carlos Renan Trindade, técnico em segurança do trabalho, e Vinícius Dorigoni, engenheiro de segurança do trabalho. Foto:Flávio Pedron/JdeB.

O Abril Verde, campanha promovida anualmente para alertar as empresas, empresários e trabalhadores a adotarem posturas de prevenção a acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho teve várias ações em Francisco Beltrão. Carlos Renan Trindade, técnico em segurança do trabalho, e Vinícius Dorigoni, engenheiro de segurança do trabalho, da Clínica do Trabalho Vizimed, estiveram no JdeB para expor algumas questões importantes sobre uma norma regulamentadora (NR), emitida pelo governo federal, que trata sobre riscos psicossocial ao trabalhador.

Vinícius Dorigoni disse que a alteração do “ENR vai entrar em vigor dia 26 de maio. A publicação ocorreu no ano passado e as empresas vão ter que fazer uma adequação no gerenciamento dos riscos. E a maior alteração nessa nova normativa é a inclusão do risco psicossocial [de saúde do trabalhador]. Ele é um risco já levantado há muito tempo pelas áreas de segurança do trabalho, da psicologia e também pelo INSS, em virtude da quantidade de afastamentos que tem tido, em virtude do risco psicológico, do psi-cossocial no ambiente de trabalho e fora do ambiente de trabalho também”.

O engenheiro acrescenta que “o governo resolveu, a partir desse ano, ter essa nova ferramenta de iden-tificação, se há o risco na empresa ou se não há o risco na empresa. E se há esse risco na empresa, o que a empresa tem que fazer para se adequar e para reduzir afastamentos ou que ela pode auxiliar os seus colaboradores para que tenham uma vida psicossocial melhor, reduzindo os afastamentos com o INSS”.  Vinícius lembra que na Campanha Nacional de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Campat) de 2020 foram promovidos treinamentos para os auditores fiscais do trabalho e essa questão da saúde mental e um dos tópicos para a redução dos afastamentos do trabalho em virtude do psicossocial. “Então, tem estudos já sendo feitos há vários anos, nós cremos  também que a pandemia teve uma contribuição no aumento desses afastamentos, mas que agora, entrando em vigor, não tem mais para onde fugir. Vamos ter a entrada desse gerenciamento e ele vai ser anual, através de ferramentas que as empresas, os técni-cos, segurança, médicos, psicólogos e engenheiros vão estar trabalhando para estar mitigando e auxili-ando as empresas a reduzir a quantidade de afastamentos.

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O profissional ressalta que “quando trabalhamos com uma gestão do risco psicossocial, ele envolve muita ergonomia no ambiente de trabalho, que sabemos que tem empresas onde existem vários agentes que são ergonômicos e que, em virtude de não ser tratado, esse ponto de ergonomia acaba gerando um desconforto e pode ocasionar um desconforto psicológico. Então, é um trabalho bem grande que essas profissões que eu citei, técnicos, engenheiros, médicos, psicólogos vão estar trabalhando para auxiliar as empresas na redução de afastamentos e numa condição melhor de trabalho”.

Há poucos dias o Jornal do Beltrão divulgou uma matéria informando que mais de 400 mil trabalhado-res brasileiros tiveram que se afastar do trabalho por problemas de saúde mental. Carlos Trindade argu-menta que “a segurança do trabalho vem se destacando com o passar dos anos devido a grandes estudos realizados. Depois da pandemia, eu acho que se destacou realmente esse processo do estresse e da quali-dade de vida no trabalho. E visto os números alarmantes que obteve referente aos afastamentos, tornou-se necessário, então, o governo, ao criar essa ferramenta, nós vamos conseguir fazer a identificação do ambiente de trabalho junto com a equipe de profissionais área da segurança do trabalho. A segurança do trabalho tem essa função de estudar o ambiente, estudar as pessoas, identificar as melhores ferramentas para que seja adequado àquele setor onde trabalham as pessoas”.

Vinícius as empresas que possuem colaboradores devem buscar essa assessoria “porque não depende somente de uma pessoa essa identificação de riscos. Essa identificação de risco vai ser mapeada e vai ser estudada por profissionais, por uma equipe multidisciplinar. Tem engenheiro, tem médico, tem técnico, tem psicólogo, que vão trabalhar na identificação se há ou se não algum agente dentro da empresa que possa ocasionar um afastamento em virtude de um risco psicossocial dentro do trabalho. E nós sabemos, tem inúmeras situações que podem acontecer dentro das empresas, como citei a questão ergonômica, que podem ocasionar problema psicossocial. Uma empresa onde teve um óbito, onde tem um excesso de afastamentos em virtude de acidentes, então são empresas mais propícias a terem um fator psicossocial atrelado a ela. O nosso foco nosso é auxiliar as empresas na identificação se há ou se não há o risco e trabalhar para mitigar ou eliminar esse risco dentro de um ano. Então, essa avaliação vai ser anual para trabalhar. Sabemos que vai ter empresas que, em virtude de situações, vão ter que trabalhar com alguma psicologia ou com uma gestão organizacional, para reduzir esse número de afastamentos e ter uma vida laboral melhor para os colaboradores”.

Vinícius Dorigoni salienta que a NR vai para todas as empresas. “Tendo um colaborador CLT, mesmo algumas empresas falam que não precisa fazer a documentação, mas tendo um registrado, ela não elimi-na de ter que fazer essa avaliação. Fala-se que é a análise ergonômica preliminar psicossocial. Então, vai ser tratado nesse formato. As empresas hoje já têm, dentro dos trabalhos , o mapeamento dos riscos am-bientais e dos riscos ergonômicos, para dizer quais exames têm que ser feitos. E agora vamos ter entrada mais da questão psicossocial atrelada ao levantamento técnico. Então, é bem complexo o serviço”, afir-ma o engenheiro.

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