Para chamar atenção sobre os riscos da doença, OMS instituiu 29 de janeiro como Dia Mundial de Combate à Hanseníase.

Foto: fimca.com
O dia 29 de janeiro é marcado como Dia Mundial de Combate à Hanseníase, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para chamar a atenção sobre os riscos da doença e a importância que autoridades e população devem dar aos cuidados e prevenção.
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, no entanto, poucos adoecem. A doença atinge pele e nervos periféricos podendo causar sérias incapacidades físicas e, inclusive, levar à morte.
A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) alerta que é importante conhecer os sinais e sintomas sugestivos da doença, que se caracteriza principalmente pelo surgimento de manchas na pele com alteração de sensibilidade. Além da pele, a hanseníase pode acometer nervos periféricos e chegar aos olhos e tecidos do interior do nariz. A maioria dos casos se apresenta com manchas amortecidas na pele, mas existem casos em que há apenas a perda da sensibilidade (amortecimento) em alguma área do corpo. E, em outros casos, surgem apenas caroços na pele.
Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando a bactéria ataca um nervo, surgem dormência e perda de força muscular na área. Podem aparecer caroços ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos, e pode haver alteração na musculatura causando deformidades nos membros.
513 casos na 8ª Regional
Segundo dados levantados pela enfermeira Edinara Casaril, do setor de Vigilância Epidemiológica da 8ª Regional de Saúde, de Francisco Beltrão, nos últimos dez anos o número de casos detectados nos municípios de abrangência da regional foi significativo. Entre 2006 e 2016, foram 513 novos casos detectados, sendo que o ano 2006 apresentou o maior volume, com 71 casos, enquanto o ano passado registrou o menor número, com apenas 27 casos.
É importante destacar que, em algumas situações, os sintomas da doença são bastante sutis, ou seja, a pessoa apresenta poucas manchas pelo corpo, por vezes, uma somente. Esse quadro geralmente é pouco valorizado, dificultando o diagnóstico precoce.
A demora no diagnóstico é um dos principais problemas enfrentados, uma vez que o atraso em iniciar o tratamento correto faz com que, muitas vezes, os portadores evoluam com sequelas importantes (dor crônica por inflamação dos nervos, deformidades, perda de força e de sensibilidade – principalmente em pernas e braços).
Transmissão e tratamento
A transmissão da bactéria se dá através de contato íntimo e contínuo com o doente não tratado. Embora seja uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente.
A boa notícia é que a hanseníase é uma doença curável. O tratamento adequado evita sua evolução, prevenindo as incapacidades e deformidades. O período de tratamento varia de seis meses a um ano. A medicação é fornecida pelo Sistema Único de Saúde e encontra-se disponível nas unidades básicas de saúde de todos os municípios da região e também no SAE/CTA de Francisco Beltrão.
A melhor forma de prevenção é mantendo uma boa saúde geral, tendo em vista que isso é fundamental para fortalecer o sistema imunológico. Isso envolve boa alimentação, prática regular de atividade física, dormir bem, envolver-se em atividades sociais prazerosas e construtivas e manter demais hábitos de vida saudáveis.
Nº de casos detectados na 8ª Regional de Saúde
2006 71
2007 50
2008 51
2009 61
2010 43
2011 39
2012 40
2013 40
2014 56
2015 35
2016 27