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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Números da mortalidade infantil diminuem drasticamente na região

Há dois anos, número de mortes de recém-nascidos nos 27 municípios 8ª Regional de Saúde vem caindo.

 

De 2013 para cá, cada vez menos mães da região perdem seus filhos durante a gestação.

Até 2013, os números de mortalidade infantil na 8ª Regional de Saúde assustavam. Em uma estimativa de cinco anos (entre 2008 e 2013), os 27 municípios que fazem parte da região haviam registrado cerca de 350 mortes de crianças antes do primeiro aniversário.

Os números superavam, inclusive, a média do Estado. Em 2013, a cada mil bebês nascidos por aqui, 15,2 não chegavam a completar um ano. Na mesma época, o Paraná registrou uma média de 10,99 para cada mil.
Só no período neonatal, que engloba as quatro primeiras semanas de vida da criança, a região registrava um triste índice: 6,9 falecimentos a cada mil bebês nascidos. Um número menor do que o 8,9 de 2012, mas ainda muito alto para a região.
Na época, os responsáveis regionais pelo Programa Mãe Paranaense, implantado em 2012 no Estado, apontavam falhas na atenção primária, na prevenção de doenças, na qualidade do atendimento, enfim, em muitos dos serviços para essa população recém-chegada ao mundo dos vivos.
No entanto, a equipe não se restringiu a apontar falhas. De 2013 para cá, a 8ª Regional, o Programa Mãe Paranaense e as secretarias de Saúde da região – com apoio da Secretaria de Saúde do Estado – iniciaram um trabalho que, de acordo com Benvenuto Juliano Gazzi, coordenador de Vigilância em Saúde da 8ª Regional, “foi focado, intenso, com o objetivo de baixar essa média”.
E o trabalho valeu a pena. Em 2014, o número da mortalidade infantil caiu para 11,3 a cada mil nascidos vivos, enquanto a de neonatal caiu para 5,5. Os dois índices se aproximaram da média paranaense, mas a aparente vitória não reduziu os esforços da equipe.
Dedicação que foi coroada com uma redução ainda maior. Na estimativa de 2015, levantada até setembro, o número da mortalidade infantil chegou aos 7,1 – 2 pontos abaixo do estadual, 9,1 – e da mortalidade neonatal chegou em 2,1, um número baixo em comparação com o 5,8 do Estado.

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Ações tomadas para a redução
Mas, afinal, quais foram as ações tomadas para reduzir os números? De acordo com Juliano, foi um conjunto de ações, com destaque para “a capacitação e treinamento de equipes de todos os municípios”. Profissionais da 8ª Regional passaram a visitar os 27 municípios que compõem a microrregião de Francisco Beltrão para treinar os responsáveis pela área em cada secretaria municipal.
Além disso, Juliano enfatiza: “Investimos em uma investigação melhor de causas das mortes infantis. A partir da investigação, conseguimos trabalhar um tratamento melhor”.
E, por fim, ele afirma que a 8ª Regional adotou um sistema de “estratificação de risco” entre as mães e gestantes. “Assim, pudemos cuidar de mães de acordo com o risco de cada uma, definindo que tipo de estrutura elas precisam e quais precisam de maior acompanhamento.”
Outras ações ainda foram executadas, como a descentralização dos comitês municipais de mortalidade materna e infantil, compostos por profissionais de saúde e membros das comunidades. E tudo isso, Juliano acrescenta, baseou-se em estudos científicos de casos, que deram conhecimento suficiente para a equipe lidar com as situações.

 Juliano, da 8ª Regional de Saúde, apontou o trabalho intenso feito para reduzir a mortalidade infantil.

 

Trabalho não para
Números baixos como o 7,1 na mortalidade infantil e 2,1 na neonatal ainda indicam vidas de crianças perdidas antes de começarem a conhecer o mundo. E isso dá um fôlego novo à equipe da 8ª Regional da Saúde, que continua combatendo para reduzir mais essa média, com ações sugeridas como a implantação de ficha de monitoramento de infecções na gestação e check list no pré-natal.
Para melhorar esse atendimento, as mães precisam buscar o cuidado nas unidades de saúde do seu município desde o início da gestação.

 

 

Mortalidade materna e fetal aumentou 
Apesar da redução dos números de mortalidade infantil e neonatal, neste ano, a regional registrou um aumento na mortalidade fetal de 6,2 para 7,4 falecimento a cada mil fetos. Um número que seguiu o aumento do Paraná, que foi de 7,1 para 8,6.
“Infelizmente, esse número aumentou no último ano”, comenta Juliano. Ele acrescenta que a equipe está investigando as causas para poder reduzir o número da mortalidade fetal, “mas por enquanto não estamos conseguindo descobrir o porquê”.
Além disso, a região registrou um número assustador na mortalidade materna. Segundo Juliano, por anos não se havia registrado nenhuma morte de mãe durante o parto nos 27 municípios e agora, em 2015, a 8ª Regional registrou cinco óbitos maternos. As causas também estão sendo investigadas para que outras ocorrências não aconteçam.

 

 

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