Especialista aponta que medidas de segurança devem ser seguida juntas
A flexibilização do comércio e o retorno gradual às atividades que foram interrompidas devido à pandemia já são realidades em diversos municípios. Mas embora tenham sido permitidas diante do cumprimento de exigências sanitárias, há quem vacile, preocupando profissionais da linha de frente, que temem uma nova escalada de casos. Conforme o doutor em doenças infecciosas e parasitárias pela Universidade de São Paulo (USP), médico infectologista Kleber Giovanni Luz, ainda é preciso manter cuidado, pois a pandemia não acabou. “O controle da Covid-19 só vai existir quando tiver uma vacina eficaz, sem ela é praticamente impossível você controlar a disseminação e ocorrência de casos”, frisa.
Segundo o especialista ouvido pelo Jornal de Beltrão, que também é professor do Departamento de Infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a manutenção dos cuidados básicos deve ser mantida e ocorrer de forma simultânea. Ele nega que haja uma hierarquia entre as medidas ou que uma pode se sobrepor à outra.
“O que vai funcionar é o conjunto de medidas. Em saúde pública quase nunca há uma medida superimportante, a não ser que seja uma vacina. Então você trabalha sempre com um pacote de medidas para prevenir determinados tipos de doença”, defende.
Em relação à Covid, ele explica, por exemplo, que se o indivíduo que estiver com uma máscara limpa levar ao rosto uma mão sem a higienização, estará se colocando em risco. O mesmo vale para o não distanciamento ou o não uso da máscara. “Para que você evite a disseminação da doença, principalmente entre os mais suscetíveis, mais vulneráveis, é necessário que todas as medidas sejam tomadas de forma simultânea, não pode ser uma depois da outra”, frisa.
[relacionadas]
Cuidado
Isso é importante, esclarece, para se evitar uma escalada de casos. O pesquisador tem observado que em todos os lugares onde os índices abaixaram e houve um afrouxamento nas medidas de isolamento, os casos voltaram a subir. Exemplo disso é a Europa, que vive a chamada “segunda onda” da Covid-19 com aumento dos casos.
Luz não nega a possibilidade de uma flexibilização, mas defende que há momentos específicos para ela acontecer.
“Se a transmissão tiver baixa e tiver um suporte hospitalar, ou seja, se os leitos de UTI não estão completamente ocupados, se há como tratar as formas graves da doença, aí pode, de fato, flexibilizar, mas só o gestor municipal vai ter condição de dizer isso ou o gestor estadual”, pontua.
Beltrão ultrapassa 1,7 mil casos e registra 29º óbito
Francisco Beltrão registrou a 29ª morte por Covid-19, domingo, 18. Trata-se de um homem de 79 anos, com comorbidades, e que estava internado na UTI do Hospital Regional do Sudoeste. O caso só foi divulgado pela Secretaria de Saúde ontem, 19, em boletim epidemiológico que apontava a evolução da pandemia nos últimos três dias.
Segundo os dados, da tarde de sexta-feira até ontem, foram confirmados 42 novos casos da doença e outros 26 novos recuperados.
No saldo total, o município chegou a marca de 1.704 casos confirmados e 1.576 recuperados. Estavam em tratamento e com o vírus ativo 99 pessoas – 15 a mais que sexta-feira.
Já a ocupação total de leitos disponíveis no município para tratamento da doença caiu no período, com 31 dos 44 leitos ocupados – no último boletim eram 34.