O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública federal.

“Às vezes, falta dizer que está ali pra ajudar”, alerta Caroline, voluntária do Centro de Valorização da Vida (CVV) Comunidade, de Francisco Beltrão. O suicídio está cada vez mais preocupante, inclusive por causa dos ataques que vêm ocorrendo nos últimos meses. Prestar atenção em mudanças drásticas de comportamento pode ser o primeiro passo.
Atualmente, em todo o Brasil, há 3.349 voluntários; em Francisco Beltrão são sete. Segundo o voluntário Cleonir, o CVV Comunidade é um programa de apoio emocional mantido pelo Centro de Valorização da Vida, que visa apoiar as pessoas com necessidade de ajuda emocional e em locais e situações de risco, ajudando-as a lidar com as realidades cotidianas e inesperadas em qualquer lugar da comunidade.
“Ao participar das atividades promovidas, as pessoas têm oportunidade de desenvolver o autoconhecimento, despertar o sentimento de solidariedade e, futuramente, se desejarem, podem se capacitar para se tornarem voluntárias, contribuindo na disseminação das atividades em comunidade e ampliando a participação da sociedade no projeto”, comenta Cleonir.
Ferramentas de apoio
O CVV Comunidade disponibiliza diversas ferramentas para a sociedade, como Grupos de Apoio aos Sobreviventes de Suicídio (GASS), destinado a pessoas próximas de alguém que cometeu o suicídio e àquelas que tentaram o suicídio; Caminho de Renovação Contínua (CRC), para reflexão e troca de experiências; Cine-Ser CVV, que é a exibição de filmes com comentários e reflexões; curso Caminho de Valorização da Vida, no qual se busca o autoconhecimento por meio do compartilhamento de vivências do dia-a-dia, com dez encontros de duas horas cada; e curso de Escutatória, que visa aprimorar as habilidades em ver, ouvir, falar e compreender, com foco no atendimento pessoal. Outras atividades também fazem parte do CVV Comunidade, incluindo palestras, Semana de Valorização da Vida, eventos na comunidade e a campanha Setembro Amarelo.
Para acompanhar os próximos eventos, basta seguir a página no facebook “CVV Comunidade Francisco Beltrão”.
Quem são os trabalhadores do CVV?
São voluntários, pessoas maiores de 18 anos, com disponibilidade de tempo e de atenção, que passam por um treinamento e estão em constante estudo para auxiliar as pessoas que necessitam de apoio emocional. O Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado em São Paulo, em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de utilidade pública federal, desde 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
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Mitos e verdades sobre suicídio
O CVV destaca algumas ações sobre suicídio que não passam de mito. A entidade trata ainda sobre o que as pessoas com ideação suicida querem, o que elas sentem e o que elas não querem. “O melhor presente é estar presente”, diz o voluntário Messias.
Mitos
– Suicídio está no sangue, é hereditário
– A pessoa que pensa em suicídio não se mata
– Suicídio ocorre sempre sem aviso
– A pessoa que se mata estava decidida a morrer
– Uma pessoa que já pensou em se suicidar será sempre uma candidata a ele.
O que as pessoas com ideação suicida sentem?
– Desejo de sumir, fugir
– Ambivalência: Confusão de sentimentos
– Vontade de se vingar
– Dor física ou psicológica
– Opressão
– Vontade de acabar com uma situação
– Incompreensão
O que elas querem?
– Compreensão, empatia, atenção, amizade, alguém presente, mudar de vida, alívio, paz interior e etc.
O que não querem?
– Alguém sem tempo para ouví-las
– Julgamento
– Sentir-se envergonhado para buscar ajuda
– Sermão
– Repreensão, como dizer: “Você é mais forte que isso”
– Interrogatório
– Reanimação falsa: “Tudo estará melhor amanhã”