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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Edição 8.224

12/06/2025

Paraná em situação de epidemia de dengue

AEN/Sesa – A Secretaria de Estado da Saúde declarou terça-feira, 19, situação de epidemia de dengue no Paraná devido ao aumento do número de casos. De agosto de 2021 até o momento, o Estado contabiliza mais de 80 mil notificações e cinco mortes pela doença. O boletim deta semana registra 14,9 mil novas notificações em relação à semana anterior.

“Em cada boletim semanal os números apontavam para este desfecho. Apesar do nosso constante monitoramento, por parte da Vigilância Ambiental, os números subiram e agora precisamos reverter a situação. Não queremos que os casos aumentem e, principalmente, que ocorram novos óbitos”, comentou o secretário estadual César Neves (Saúde). “Já realizamos um trabalho efetivo de combate à doença, com apoio da sociedade, e convocamos a população novamente para este enfrentamento”, declarou.

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Acima do esperado

De acordo com a Secretaria de Saúde, os números do boletim semanal da dengue mostram que os casos prováveis e confirmados estão acima do esperado para o período epidemiológico – por isso a configuração de um cenário epidêmico.

São 80.004 casos notificados, cerca de 15 mil  a mais em relação à semana anterior. Os dados são do 34º Informe Epidemiológico, do atual período sazonal da doença, que iniciou em 1º de agosto e segue até julho de 2022.

O documento informa ainda que 365 municípios possuem casos notificados, sendo que 287 tiveram confirmações. Em uma semana foi registrado o aumento de 40% nos casos confirmados, passando de 16,5 mil para 23,1 mil, sem registro de novos óbitos.

Sudoeste

As macrorregiões Oeste e Norte concentram o maior número de casos confirmados. Francisco Beltrão, Medianeira, Arapongas, Cascavel, Salto do Lontra, Ampere, Catanduvas, Iracema do Oeste e Realeza foram os municípios com mais casos confirmados nas últimas seis semanas.

Ações do Governo do Estado fortalecem atenção à saúde da população indígena no Paraná.

Epidemia

Epidemia é a manifestação coletiva de uma doença que rapidamente se espalha, por contágio direto ou indireto, até atingir um grande número de pessoas em um determinado território e que depois se extingue após um período. Entre 2019 e 2020, o Paraná enfrentou uma das piores epidemias de Dengue da sua história, desde que começou a ser monitorada, em 1991. Naquele período foram registrados 227,7 mil casos confirmados da doença, com 177 mortes. Até então, o pior período havia sido entre 2015 e 2016, com pouco mais de 56 mil casos e 61 mortes.

“Nossas equipes já estão em campo nas regiões onde prevalece o maior número de casos, orientando a população. Estamos promovendo tutoriais voltados aos médicos para esse enfrentamento, para que haja o diagnóstico assertivo”, comentou o secretário Neves.  “Precisamos reavivar os métodos de combate da dengue. Aquele vaso de água, de entulho, na cisterna de captação de água, pois o criadouro do mosquito pode estar lá”, reiterou Neves.

O mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, é causador também de outras doenças chamadas de arboviroses, caso da Zika e Chikungunya. De acordo com o último boletim semanal, houve 210 notificações de Chikungunya, com 12 casos confirmados.

Paraná vive epidemia de dengue enquanto já tem tecnologia para erradicar a doença

Da assessoria – O governo do Estado do Paraná anunciou estar em situação de epidemia de Dengue graças ao aumento do número de casos da doença. De agosto de 2021 até o momento, já foram contabilizadas mais de 80 mil notificações e cinco mortes.

As macrorregiões Oeste e Norte concentram o maior número de casos. A situação é crítica apesar de o Paraná contar com uma biotecnologia sustentável, desenvolvida no Estado, e que foi capaz de erradicar a doença na cidade de Ortigueira.

O Projeto Controle Natural de Vetores desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, é realizado no município em parceria com a empresa Klabin, desde novembro de 2020. Em um ano, a redução foi de 90% no número de larvas viáveis encontradas em campo.

Neste ano epidemiológico não foram registrados casos de dengue no município, enquanto municípios vizinhos, como Tibagi, vivem uma epidemia.

O método é baseado na tecnologia TIE — utilização do Inseto Estéril —, em que os mosquitos são soltos de forma massiva.

Os machos estéreis se acasalam com as fêmeas selvagens, que deixam de procriar, provocando uma imediata redução na infestação do mosquito e disseminação de doenças como a dengue, chikungunya, zika e febre amarela. O estudo é reconhecido pela comunidade científica internacional, sendo publicado no Journal of Infectious Diseases, revista médica revisada por pares, editada pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, principal referência na área.

A Secretaria de Saúde do Paraná também reconhece e aprova a tecnologia, com disponibilidade de ser aplicada em várias regiões do estado.

Mais chuvas

Durante a temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme.

Isso porque, após cerca de 15 horas da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco.

“As ferramentas de controle vetorial que utilizam tecnologia e inovação são fundamentais, já que as ferramentas convencionais utilizadas não têm sido efetivas, e sem controle as doenças se disseminam cada vez mais”, explica a diretora técnica da Forrest, Lisiane Poncio.

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