Estudo do Ministério da Saúde aponta que 53% das crianças brasileiras continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida.

Entre as crianças menores de 6 meses o índice de amamentação exclusiva é de 45,7%.
Foto: Fernando Frazão/ABr
Os índices de aleitamento materno estão aumentando no Brasil, de acordo com resultados preliminares do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) do Ministério da Saúde. Foram avaliadas 14.505 crianças menores de 5 anos entre fevereiro de 2019 e março de 2020. Mais da metade (53%) das crianças brasileiras continua sendo amamentada no primeiro ano de vida. Entre as menores de 6 meses o índice de amamentação exclusiva é de 45,7%. Já nas menores de 4 meses, de 60%.
Ao comparar os dados do Enani com inquéritos nacionais anteriores, com base em indicadores de amamentação propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os indicadores melhoraram no Brasil. O último dado de 2006 da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), em comparação com o Enani, aponta para aumento de 15 vezes na prevalência de aleitamento materno exclusivo entre as crianças menores de 4 meses, e de 8,6 vezes entre crianças menores de 6 meses.
O Enani é um estudo inédito e foi encomendado pelo Ministério da Saúde, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e coordenação da UFRJ; da UERJ; da UFF e da Fiocruz. O inquérito nacional de alimentação e nutrição infantil foi aplicado por meio de questionários, além da avaliação antropométrica e da coleta de sangue de crianças menores de 5 anos para a avaliação do estado nutricional e deficiências nutricionais.
Amamentação na pandemia
O Ministério da Saúde recomenda a manutenção da amamentação. A orientação leva em consideração os benefícios para a saúde da criança e da mulher; a ausência de constatações científicas significativas sobre a transmissão do coronavírus por meio do leite materno; e por não ter recomendação para a suspensão do aleitamento materno na transmissão de outros vírus respiratórios. Nestes casos, a amamentação deve ocorrer desde que a mãe deseje e esteja em condições clínicas adequadas para fazê-lo.
Antes de qualquer decisão, a mulher deve procurar profissionais de saúde para obter orientações sobre os cuidados necessários para manter a amamentação no período da infecção pelo vírus.
Proteger o futuro
O Ministério da Saúde lançou ontem a campanha de incentivo à amamentação. A medida marca o início do Agosto Dourado e a Semana Mundial do Aleitamento Materno 2020 (SMAM) em mais de 150 países, com o mote “Apoie a amamentação: proteger o futuro é um papel de todos”.
Os benefícios da amamentação extrapolam a relação mãe e filho e beneficiam todo planeta. A amamentação é capaz de reduzir até 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos e, a cada ano que a mulher amamenta, o risco de desenvolver câncer de mama reduz em 6%. A amamentação também diminui os custos com tratamentos nos sistemas de saúde e ajuda a combater a fome e a desnutrição em todas as suas formas, bem como garante a segurança alimentar de crianças por todo o mundo.