16.8 C
Francisco Beltrão
sexta-feira, 06 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

Por que a Covid deixa tantas sequelas?

Dr. Márcio Martins esclarece algumas dúvidas.

Dr. Márcio Martins, otorrinolaringologista.

Aos 64 anos, Analice, que prefere não ser identificada, contraiu Covid, por isso ficou mais de um mês internada e ainda está em recuperação. Ela precisou ser entubada e agora, mesmo em casa, continua com o uso de oxigênio e precisa de uma cuidadora; demorou pra voltar a caminhar, logo voltou a falar e passou a apresentar problemas cardíacos, possível consequência da Covid.

Dr. Márcio Martins, otorrinolaringologista, ressalta que as pessoas que ficam com mais sequelas, em geral, são aquelas que evoluem pior à doença e precisam ser entubadas. Nesses casos, o paciente perde massa muscular e gordura, algumas vezes perde até 20 kg. “A Covid ataca pulmão e pode atacar coração, cérebro, rins, fígado, as variantes têm predisposição maior pra atacar o fígado; muitos acham que é efeito colateral de ivermectina, mas não é.”

A fala também é prejudicada por causa da entubação, que machuca a garganta, enquanto “o respirar já é automático”. A pessoa precisa reaprender a andar e a comer, por exemplo. “Cada pessoa é uma pessoa, há aquelas que descobriram sem querer e nem sintomas têm e outras chegam no hospital com um pouco de dor e ameaçando falta de ar e em três horas já estão entubadas na UTI. O que se está vendo cada vez mais são alterações genéticas, de famílias que todos ficam ruins, como pais e filhos, isso está cada vez mais forte.”

- Publicidade -

Dr. Márcio acrescenta que um dos fatores que interfere é a predisposição do organismo. Há pessoas que precisam de hemodiálise, outras perdem memória – que depois acaba voltando. “Se a doença é mais leve não tem sequelas. Tenho muitos pacientes com alteração de paladar e olfato, há pessoas que há nove meses estão assim. Pacientes que tiveram perda de audição, porque a Covid atacou nervo auditivo, por isso ficaram surdos.” Nos casos mais graves, é necessário o acompanhamento no pós-Covid.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques