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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Profissionais da Unisep debatem suicídio, na Onda Sul

Saúde

Diretor Itamar Vodzicki e a professora e psicóloga Fernanda Biava Arisi e o apresentador Marcelo Marcos, durante o debate.

Se por um lado preservam a saúde física, a medidas de isolamento social, adotadas por conta da pandemia de coronavírus, tornam mais latentes questões como a ansiedade e a angústia. O abalo na saúde mental é fator determinante para impulsionar comportamentos autodestrutivos, que podem levar ao suicídio.

Esta é uma das questões que mais preocupa a comunidade e as instituições que, de alguma maneira, atendem ao público jovem na região. Provocar o fim da própria vida está entre as principais causas de mortes de jovens, de 15 a 29 anos, e também de crianças e adolescentes, no mundo.

Por entender que o momento exige uma atenção maior sobre o problema, profissionais da Unisep, campus de Francisco Beltrão, participaram de debate na Rádio Onda Sul FM, sábado, 25. O diretor de Planejamento Itamar Vodzicki e a psicóloga Fernanda Biava Arisi conversaram com o apresentador Marcelo Marcos.

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A instituição de ensino entende que o isolamento social e as preocupações causadas pela pandemia exercem forte pressão psicológica, que pode acentuar ainda mais a ocorrência de casos de suicídio entre jovens. “Nós nos debruçamos sobre o problema porque há uma incidência muito grande de suicídios na região”, explicou Itamar.

“Nós percebemos que o ser humano procura a felicidade, porém a gente tem problemas e o certo é conseguir modos de enfrentar esses problemas. E para enfrentar é preciso cuidar da saúde mental. Estamos vivendo um momento atípico, que traz insegurança, sentimento de vulnerabilidade e instabilidade financeira, que é algo que preocupa muito, gera ansiedade e aciona gatilhos emocionais”, alertou a professora Fernanda Arisi.

Entre os pontos elencados durante a conversa como possíveis desencadeadores do suicídio entre jovens, estão a falta de perspectiva de futuro, distanciamento da espiritualidade, incapacidade para lidar com problemas e imediatismo, além da pressão por sucesso e felicidade imposta pelas redes sociais. “A gente só mostra nas redes sociais o que a gente quer. E se eu vejo o outro feliz e a minha vida não está boa, isso me abala”, destacou a psicóloga.

“Nós nos distanciamos de um eixo existencial, do o que é que vale a pena. Precisamos nos perguntar o que é que eu quero pra minha vida? Isso me trará felicidade? Estamos cada vez mais imediatistas, queremos fazer hoje e ter resultado amanhã. Os jovens estão se afastando daquilo que conferiu uma base histórica para a sociedade, como a religiosidade”, analisou o diretor Itamar.

“Com o afastamento social, as pessoas estão tendo uma oportunidade de se conhecer melhor. Estão se descobrindo um pouco mais e isso pode ser um pouco assustador. Tem gente que não consegue aproveitar a própria companhia, não sabe viver sozinha. Por isso é importante a saúde mental e as terapias que promovem autoconhecimento, que me fazem saber minhas vontades e enxergar minha perspectiva de futuro”, argumentou Fernanda Arisi.

Os debatedores também indicaram o que consideram atitudes preventivas, que podem dar mais estabilidade emocional. A recomendação é para que as pessoas busquem ajuda, comecem a falar sobre seus problemas. E as famílias precisam estar mais atentas ao comportamento dos jovens e não devem minimizar os problemas relatados por eles.

 

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