Exame gera imagem de alta resolução e possibilita a análise do comportamento biológico do tumor.

O câncer de próstata está entre os três tipos de câncer com maior incidência no Brasil, sendo o mais comum em homens e a segunda maior causa de morte relacionada a cânceres no País. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), nos anos de 2016/17, serão mais de 61 mil novos casos da doença. Por se tratar de uma doença silenciosa, frequentemente sem sintomas em seu início, exclusiva dos homens e cercada de tabus, o diagnóstico muitas vezes é tardio, o que dificulta o tratamento.
De acordo com dr. Marcos Madureira, médico radiologista que integra o corpo clínico do laboratório Exame, de Brasília (DF), os homens têm muita resistência em relação ao exame de toque. “É muito importante que os homens, a partir dos 40 anos, se habituem a consultar com um urologista e comecem a fazer o rastreamento do câncer de próstata. A avaliação clínica por meio do exame de toque retal é fundamental no rastreamento. Porém, o exame isoladamente apresenta limitações, que são supridas pelos exames complementares como a análise do nível do PSA no exame de sangue, a ultrassonografia, a ressonância magnética e a biópsia prostática”, destaca o especialista.
A ressonância magnética também tem contribuído na seleção da melhor forma de tratamento e manejo do paciente com câncer de próstata. “Sabe-se que alguns pacientes portadores de câncer de próstata poderiam se beneficiar com tratamentos menos agressivos, com ganho significativo em sua qualidade de vida. Acredita-se que entre 30% a 50% dos pacientes que operaram por causa de câncer de próstata poderiam se beneficiar com opções menos invasivas. A ressonância magnética pode auxiliar o urologista e o oncologista na seleção destes pacientes, prevenindo a realização de cirurgias e tratamentos mais agressivos ou desnecessários.”
Sobre a ressonância magnética da próstata
Para o especialista, a ressonância magnética da próstata se destaca por causa da alta resolução de suas imagens e da possibilidade de se estudar o comportamento biológico dos tecidos de forma não invasiva. “O exame dura em média 30 minutos. O ideal é que seja feito antes da realização da primeira biópsia prostática, até mesmo para ser utilizado como um guia para o procedimento, caso necessário. Naqueles pacientes que foram submetidos recentemente a biópsia é recomendado que se aguarde em torno de 6 semanas para a realização da ressonância, isso porque a biópsia pode gerar focos de sangramento que podem atrapalhar a análise das imagens”, explica o médico.
Independentemente da forma com que o diagnóstico é feito, o especialista ressalta a importância da detecção precoce do câncer e a realização dos métodos de prevenção. “O homem precisa entender que os benefícios para sua saúde ao se procurar um médico e fazer a prevenção das principais doenças superam em muito qualquer inconveniente que os métodos de prevenção possam lhe trazer e para isso, ele deve vencer os preconceitos. Somente a detecção precoce e o correto tratamento para a doença serão capazes de diminuir o grande número de mortes causadas por essa patologia”, conclui dr. Marcos.