8ª Regional de Saúde nega casos na região.
O município de Pérola D’Oeste disse que foram detectados dois casos confirmados de dengue hemorrágica, já curados, mas em monitoramento. Segundo a Secretaria de Saúde do município, ambos são autóctones, ou seja, contraídos na própria cidade. De acordo com boletim epidemiológico da Prefeitura, há outros 34 casos de dengue clássica. A 8ª Regional de Saúde nega que tenha casos de dengue hemorrágica na região. A falta de exame do Laboratório Central do Paraná (Lacen) pode justificar subnotificação.
Os casos foram divulgados nas redes sociais da Prefeitura de Pérola D´Oeste e diagnosticados por exame laboratorial e de uma clínica. De acordo com a médica Karla Braganholo Bremm, não foram feitos exames pelo Lacen.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica e Endemias, Catiani Ramão Zilio, de Pérola D’Oeste, também confirma os casos. “Uma delas [paciente] foi para Pranchita e depois para o Hospital Regional do Sudoeste (HRS). Teve várias complicações renais e hepáticas e retornou. E a segunda também teve complicações hepáticas e está sendo tratada no município”, informa.
De acordo com Catiani, os relatórios do Estado do Paraná para dengue também não batem com os locais, que apresentam divergência nos números. Na prefeitura seguem, até o último boletim, os dois casos de dengue hemorrágica (tratados) e 34 casos de dengue clássica. Desses, apenas um é importado de Foz do Iguaçu e os demais foram contraídos no próprio município.
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Dengue hemorrágica
De acordo com a médica Karla, os casos de dengue hemorrágica foram em duas mulheres de mais de 40 anos e tiveram intervalo de cerca de duas semanas entre uma confirmação e outra. As mulheres não possuíam ligação ou parentesco e já estão bem. Apenas uma delas precisou de internação e foi transferida para o Hospital Regional, mas já está em casa.
Segundo Karla, elas continuam sendo monitoradas. “A metade dos nossos pacientes acabam desenvolvendo hepatite pós-viral, que é uma inflamação do fígado, causando náuseas, sensação de mal-estar… por isso ficam em acompanhamento de quatro a seis meses”, pondera Karla.
Cuidados
Os casos colocam o município em alerta e a Secretaria de Saúde reforça para que a população mantenha os cuidados de limpeza. Os maiores focos, de acordo com Catiani, estão nas residências, onde não há cuidado correto com caixas de captação de água da chuva, calhas e descarte correto do lixo doméstico. A falta de cuidado também pode ser passível de multa.
Além da dengue, a secretaria continua alertando para os cuidados contra o novo coronavírus (Covid-19).
“Faça do seu lar um isolamento confortável. Então você tem que proteger o seu ambiente, você tem que ser um fiscal da sua região. Se sabe de alguém que não está cuidando, denuncie, se cada um cuidar do seu, você vai poder ficar em casa e não vai correr o risco. O único medicamento agora é isolamento”, frisa Karla.

Lixo encontrado por equipes da Vigilância Epidemiológica de Pérola D’Oeste denuncia descaso da população diante de casos de dengue.
Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde de Pérola D’Oeste