Na segunda-feira, 27, pouco mais de 300 doses chegaram em Dois Vizinhos e foram divididas entre os postos de saúde e a unidade central.

Muitos pais estão preocupados com a falta de vacina pentavalente nos municípios. A imunização é dada para bebês de dois, quatro e seis meses e protegem a criança de difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta. Nos últimos meses, no entanto, a vacina está em falta em todo o Brasil.
Na última segunda-feira, 27, cerca de 300 doses foram recebidas, mas já estão perto do fim. “O Ministério da Saúde recebe as vacinas por meio da Organização Panamericana, que faz todo o intermédio.
Temos um desabastecimento no mundo, pois houve um problema na produção e, para piorar, também tivemos um lote que chegou no Brasil e foi reprovado pela Anvisa e foi recolhido. Tínhamos expectativa que normalizasse até dezembro de 2019, mas isso não aconteceu”, disse Grazieli Pedrussi, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, em entrevista à Rádio Educadora AM.
Ela ressalta que, antes do problema, eram distribuídas cerca de 500 doses por mês. “Está vindo em números menores, porque isso gera carência. Não é culpa do município ou do Estado, mas é um problema mundial. Tem pessoas que questionam que vão em outros municípios e conseguem fazer a vacina, mas aí depende do quantitativo populacional, da procura, mas não é uma questão de fazer pedido ou não, a vacina vem do nível federal, pro estadual e aí, no municipal”, acrescenta.
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Outras vacinas
Grazieli destaca outras campanhas de vacinação. “Nós temos que ficar atentos para o aumento do número de casos de Sarampo no Estado. No último boletim, eram 787 casos, sendo a grande maioria na região de Curitiba. A vacina é o único meio de prevenção. É uma doença altamente contagiosa, transmitida pela tosse, fala e espirro e uma pessoa pode infectar até 16 pessoas. Recomenda-se que até 29 anos, a pessoa receba duas doses, e a imunização está no calendário vacinal desde os seis meses, que faz a dose zero, com um ano a dose de rotina e um ano e meio a tetraviral, que protege também contra a Varicela. Temos também para adultos e adolescentes que não fizeram essa rotina. Se você tem até 29 anos e não fez nenhuma, faz uma agora e uma daqui um mês. Se tem entre 30 e 49 anos, é uma dose somente a indicação. Lembrando que o município conta, durante todo o ano, com a vacina em todas as salas de vacina, bastando a pessoa nos procurar com sua carteirinha para fazermos a atualização”, completou.
Pedido de ajuda
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica explicou ainda algumas situações de vacinas. “A da febre amarela, por exemplo, depois de aberta dura quatro horas. Ela vem cinco doses em um frasco e se a pessoa chega lá para vacinar às 16h45, eu tenho que abrir um frasco e perder quatro doses. Tentamos, muitas vezes, conversar, pedir para ir no outro dia, porque também não está sobrando. A BCG nós estamos agendando a cada 15 dias, por horário, porque vem 20 doses no frasco e depois de aberta dura seis horas. Se eu abrir um frasco e perder 15 doses, eu não consigo atender todas as crianças. Dessa forma otimizamos. Não temos vacina para abrir todos os dias ou semanalmente”, conclui.