Município tem alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypti e confirmou o primeiro caso da doença na última segunda-feira, 9.
A grande preocupação da Secretaria de Saúde e do Departamento de Vigilância em Saúde de Dois Vizinhos era que o município tivesse o primeiro caso de dengue confirmado. Isso aconteceu segunda-feira, 9. O grande problema é que o índice de infestação do mosquito Aedes, que transmite a doença, é muito alto em todo o município: em janeiro, na última medição, estava em 3,2%, sendo que o preconizado pelo Ministério da Saúde é que a infestação seja inferior a 1%.
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Essa pesquisa permite a identificação de áreas com maior proporção/ocorrência de focos do mosquito, bem como os criadouros predominantes, indicando o risco de transmissão de dengue. Uma nova pesquisa será feita no final do mês. Vale lembrar que, em 2019, as medições do LIRAa também foram altas, prova de que a população não está levando a sério os riscos da dengue: em janeiro do ano passado, o índice estava em 7,7%, em março chegou a 9,6%, em junho 8,8%, em julho 2,1%, em setembro foi para 0,7% e em outubro chegou a 2,2%.
Primeiro caso
Na segunda-feira, 9, o primeiro caso de dengue (do tipo 2) foi confirmado no município, que ainda conta com 22 notificações (sendo que 17 já foram negativadas e quatro ainda estão em análise do Laboratório Central do Estado do Paraná – Lacen). O caso foi registrado no Bairro Jardim Marcante e a atenção deverá ser redobrada também nas regiões próximas, que abrangem os bairros Margarida Galvan e Jardim da Colina. “Só aplicamos o fumacê mediante notificações. A equipe passa num raio de 300 metros a partir do caso suspeito e o veneno mata o mosquito, não as larvas. Não vamos entrar na residência, visitamos somente o pátio e eliminamos até onde o canhão coloca o veneno. Vale lembrar que um ralo de banheiro não utilizado é criadouro, a água não pode ficar parada, tem que fluir. O nosso risco de epidemia é alto. No nosso entorno temos vários municípios com muitas confirmações e é difícil se a população não se mobiliza. O mosquito não escolhe que casa vai chegar, que pessoa vai picar, todos são sujeitos. Não podemos esperar um óbito para agir. Estamos fazendo a nossa parte, mas precisamos da contrapartida da população”, disse Adriana de Azevedo, diretoria do Departamento de Vigilância em Saúde.
Ela destacou ainda que está sendo feito um trabalho nas escolas. “Trabalhamos, no início das aulas, em todos os colégios, com uma campanha intitulada ‘Todos contra a Dengue’. Não é por falta de informação que temos o problema. Tivemos uma epidemia em 2015 e trabalhamos forte para não termos novamente. As agentes de saúde nos ajudam muito, a escola está trabalhando muito forte, temos palestras,um trabalho diferenciado, de soma de esforços para eliminar criadouros. Cada um precisa ter sua responsabilidade na residência, nos pátios, para não termos uma epidemia”, acrescentou Adriana.
O secretário de Saúde, Edson Spiassi, também pediu apoio da população. “A situação é preocupante no Paraná, com mais de 40 mil pessoas infectadas e Dois Vizinhos começa a se preocupar. Confirmamos um caso de dengue e corremos o risco de epidemia. O mosquito está nas casas e cada um de nós é responsável pela dengue. Temos que fazer nossa parte, olhar o quintal, olhar o vaso da flor, o ralo da área de festa, a bacia da geladeira, a calha. Na última coleta, 41% dos criadouros estavam dentro das casas, nos aquários, no cano da fonte de água, nas plantas aquáticas, onde nem se imaginava que o mosquito colocava ovo, foi achado. O mosquito se adapta a nossa rotina e vai conseguindo depositar seus ovos, suas larvas e vira um problema. Temos que eliminar o máximo possível de criadouros. Cada cidadão faça sua parte na sua própria casa, porque se tiver um foco, quem corre risco é quem está mais perto”, explica o secretário Municipal de Saúde.