Vacinação em gestantes e crianças ainda não alcançou os 80% da meta na microrregião. Grupos são estratégicos para cortar a transmissão da doença.
Devido à cobertura ainda insuficiente – sobretudo em grupos tidos como essenciais para reduzir a transmissão do vírus, como crianças e gestantes -, foi prorrogada até sexta-feira, 12, em toda microrregião de Francisco Beltrão, a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe.
De acordo com dados da 8ª Regional de Saúde, cerca de 75% do público-alvo da campanha – equivalente a 48.767 de 65.193 pessoas – foram vacinados até 1º de junho. A meta repassada pelo Ministério da Saúde é imunizar ao menos 80% dos grupos chamados prioritários, como crianças de 6 meses a cinco anos, gestantes, puérperas e idosos.
Os dois primeiros – especialmente as crianças – são tratados como estratégicos para reduzir a transmissão do vírus da gripe. São eles, no entanto, os que menos foram vacinados até agora, sendo que 14.062 das 19.834 crianças (70,9%) foram imunizadas, enquanto 2.159 das 3.361 gestantes (64,24%) receberam doses das vacinas nos 27 municípios da 8ª RS.
“As crianças são os principais transmissores e, ao lado dos idosos, um dos grupos mais suscetíveis à gripe”, alerta a enfermeira Greicy do Amaral, responsável pelo Programa Nacional de Imunização da 8ª RS. Ela lembra que, em 2013, a região teve duas mortes em decorrência da virose, um de criança e outro de idoso.
Horário estendido
Com 76,3% da meta alcançada (o público-alvo soma mais de 16,5 mil pessoas, mas pouco mais de 12 mil foram vacinadas), Francisco Beltrão intensificará a campanha para imunizar ao menos o restante dos grupos prioritários.
Nos postos de saúde dos bairros Padre Ulrico e Vila Nova, o horário de atendimento será estendido até as 20h na quinta, 11, e sexta-feira, 12. “Enquanto tivermos doses, continuaremos aplicando a vacina para atingir o índice preconizado pelo Ministério da Saúde e garantir a eficácia da campanha”, explica a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Bernadete de Souza.
Os grupos que mais se vacinaram no município foram os de puérperas e idosos – com 97,28% e 84,12% respectivamente. Já o menos imunizado foi o de crianças, que tem uma cobertura de apenas 62,71%. Na regional, crianças, gestantes e idosos somam 70,9%, 64,24% e 77,39%, respectivamente, e puérperas, 85,33%.
“É importante todo ano renovar a vacina porque são feitas sempre cepas novas para diferentes tipos de vírus. As gestantes também precisam tomar as doses, pois isso garante a imunização do bebê até os 6 meses. É preciso tomar cuidado com informações na internet e redes sociais sem comprovação científica. O Ministério da Saúde testa e comprova a eficácia dos imunobiológicos antes de colocá-los na campanha”, enfatiza Greicy. *Com informações da assessoria.
Reações adversas
Após a aplicação da vacina pode ocorrer, de forma rara, dor no local da injeção, eritema e enrijecimento. São manifestações consideradas comuns, cujos efeitos costumam passar em 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante procurar o médico para mais orientações.
Saiba mais sobre a vacina da gripe
A vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde em 2015 protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). A vacina contra influenza é segura e também é considerada uma das medidas mais eficazes na prevenção de complicações e casos graves de gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai do final de maio até agosto.
