Em dezembro, 44 cubanos deixaram a região e mesmo após dois chamamentos 15% das vagas estão em aberto, afetando o atendimento em pequenas e médias cidades.

Ao menos seis municípios da região ainda não tiveram os profissionais do Mais Médicos repostos, segundo levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O prazo para que os médicos inscritos no último chamamento do programa se apresentassem às prefeituras terminou há uma semana e sete vagas não foram preenchidas. Esse número representa cerca de 15% do total de profissionais – eram 44 cubanos – que vinham atuando no Sudoeste antes do fim da cooperação entre Brasil e Cuba.
Nem mesmo o pagamento do teto permitido como ajuda de custo (mais de R$ 3 mil, além do salário) e condições facilitadas de trabalho foram suficientes para atrair novos profissionais a Coronel Domingos Soares. O município de sete mil habitantes é um dos mais isolados da região – agora que está recebendo acesso asfaltado – e das duas vagas abertas com a saída dos cubanos apenas uma foi preenchida.
“A nova médica que assumiu há 20 dias elogiou bastante as condições de trabalho e gostou da forma que trabalhamos a saúde pública. O problema é que a falta desse outro profissional está impactando em todos os nossos atendimentos; temos localidades que ficam a mais de 60 km da sede e o médico ia lá atender, agora estamos tendo que concentrar tudo na cidade”, relata o secretário de Saúde, Oilson Roberto Pires.
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Pato Branco precisa de dois
Mas não são somente os pequenos municípios que sofrem com o desinteresse dos profissionais. Pato Branco, que tem bons indicadores de qualidade de vida e mais de 80 mil habitantes, ainda precisa de dois médicos. Antes, eram cinco profissionais pelo programa federal. “Estamos tendo que remanejar os atendimentos e se virar. Dos três profissionais que vieram, dois estão sendo notificados porque estamos tendo problemas com o cumprimento dos horários e o comprometimento com o programa”, comenta a secretária de Saúde, Marcia Fernandes de Carvalho.
Além das duas vagas em aberto, a secretária cita ainda que dois profissionais que saíram antes do fim da cooperação não foram substituídos.
Dois chamamentos
Além dos dois municípios, Palmas, Mariópolis, Ampere e Cruzeiro do Iguaçu não tiveram ao menos uma das vagas preenchidas. O governo federal lançou dois editais convocando os médicos, um destinado a profissionais formados no Brasil e outro para formados no exterior. Agora, a previsão é de que um novo chamamento seja realizado no dia 24, para preencher as vagas que ainda restam.