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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Sudoeste enfrentou pior mês da pandemia, com 4 mil novos casos

Região chegou ao final de agosto com 6.948 casos de Covid-19.

É cedo para se dizer que o pior já passou, mas é possível afirmar que, em agosto, o Sudoeste enfrentou o pior mês da pandemia do novo coronavírus até agora. Com a linha crescente nas confirmações em diversos municípios, a região fechou o oitavo mês do ano com 6.948 casos — em 31 de julho, eram 2.866 (+4.082). O número de mortes dobrou: de 47 no fim de julho para 94 até ontem.

O município que mais aumentou o índice foi Dois Vizinhos, onde ocorreu uma explosão de casos positivos em agosto: de 156 (31/7) para 1.359 (31/8) — 8 vezes mais; as mortes passaram de 1 para 8. Em Pato Branco, a situação foi mais amena, o número de casos foi de 439 para 776 (1,7 vez mais); os óbitos foram de 9 para 14.

Na 8ª Regional de Saúde, de Francisco Beltrão que compreende 27 dos 42 municípios da região, os casos subiram de 1.785 para 4.958 (+3.173), e os óbitos, de 26 para 63 (+37). “Tivemos bastante impacto em alguns municípios com maior número de casos, onde a equipe de Saúde teve que se reorganizar pra atender o volume de pacientes sintomáticos respiratórios e realizar isolamento e monitoramento dos casos suspeitos e confirmados. Na atenção hospitalar, apesar do aumento do número de casos, não tivemos problemas de acesso dos pacientes, pois nossa regulação de leitos se faz na macrorregião Oeste e tivemos aumento da oferta de leitos, especialmente com a ampliação na região de Pato Branco”, comentou Maria Isabel Cunha, chefe da 8ª Regional.

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Mais de 20 casos por dia
Em Francisco Beltrão, a média passou de 20 casos por dia no último mês: de 462 casos em 31 de julho para 1.122 até ontem (+660) e as mortes foram de 5 para 19, quase o triplo. “O mês de agosto foi o pior até aqui, e a gente espera que tenha sido o pior de todos, que setembro seja melhor”, disse Manoel Brezolin, secretário de Saúde do município.

Segundo ele, foi preciso adaptar as equipes de trabalho para conseguir atender à alta demanda e, muitas vezes, lidar com a falta de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e serviços gerais, que também enfrentaram a doença. “Se analisarmos pelas unidades de Saúde, pronto atendimento, é claro que foi um mês que nós tivemos muito mais dificuldades do que os outros, mas eu acho que os mais prejudicados não foram as pessoas com suspeita de coronavírus, os mais prejudicados foram aqueles que procuraram serviço por outras doenças, até porque o sistema todo, em função da urgência, do risco de contaminação, priorizou o atendimento aos suspeitos de coronavírus e tivemos um aumento grande na demanda, as equipes muitas vezes desfalcadas por afastamento de profissional. Foi bastante difícil conseguir manter as unidades de Saúde com equipes completas.” Quanto ao número de óbitos do último mês, Manoel ressalta que nenhum aconteceu por falta de atendimento ou de equipamentos. “Essas pessoas que foram a óbito, o sistema conseguiu oferecer para eles tudo o que se tem de conhecimento, todos os medicamentos, todo o atendimento, respirador, o que tinha de indicação foi oferecido a essas pessoas, infelizmente não foi suficiente e acabaram indo a óbito em função da gravidade da doença, mas nunca por falta de atendimento.”

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Retomar outros atendimentos
Para que, em setembro, a contaminação desacelere, o secretário frisa que dependerá das ações de prevenção seguidas tanto pelo poder público quanto pela população. “Acredito que tenha sido o pior momento em agosto, mas isso vai depender das medidas que a Secretaria de Saúde adotará, seguir fazendo o trabalho tanto no acompanhamento dos casos suspeitos, do isolamento e dos casos confirmados e o trabalho nas empresas. Mas a gente vai precisar também que a população não relaxe. Enquanto não tem medicamento, não tem vacina, não dá para levar vida normal. Se tiver a colaboração da população no uso de máscara, no distanciamento, não sair de casa, o cuidado no trabalho, os hábitos de higiene, acredito que o mês de setembro será melhor e nós vamos chegar logo em números mais favoráveis do que tivemos em agosto.”

Se as condições melhorarem, lembra o secretário municipal de Saúde, Manoel Brezolin, será possível retomar outros atendimentos, como as cirurgias eletivas, as consultas de especialidades, os acompanhamentos nas unidades de saúde de pessoas portadoras de doenças crônicas, as investigações de outras doenças e a odontologia.

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