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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Teste do pezinho ajuda a identificar doenças raras

Saúde

Dra. Elizamara Eliege Segala, pediatra.

O teste do pezinho é simples de ser coletado, apenas uma picadinha próximo ao calcanhar do bebê, mas a sua eficácia é grande. O exame gratuito, disponibilizado a todas as crianças, é capaz de detectar 12 doenças. Enquanto outros podem ampliar a detecção para mais de 100 doenças. É o que explica a médica pediatra dra. Elizamara Eliege Segala, especialista em Saúde Pública e mestre em Promoção de Saúde.

 

JdeB – Qual a importância do teste do pezinho?
Dra. Elizamara Eliege Segala: É um exame essencial para detectar precocemente determinadas doenças antes mesmo das manifestações iniciais e que, caso não tenham a detecção e intervenção precoces, podem comprometer gravemente e irreversivelmente o desenvolvimento da criança.

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O exame é feito logo que o bebê nasce?
Não. Porém, deve ser coletado ainda na maternidade, com no mínimo 48h de vida para que dê tempo do organismo metabolizar o que é necessário e dar os primeiros indícios de determinadas doenças, como a fenilcetonúria. Em caso de alta mais precoce, com menos de 48h, deve ser recoletado entre terceiro e quinto dia preferencialmente, não excedendo os sete dias de vida.

Prazos de recoleta, quando necessária, também devem ser respeitados, pois se passar de 30 dias de vida já não é possível detectar outras doenças por esse meio, como a fibrose cística. Podem necessitar de recoleta aqueles bebês que já tiveram o primeiro teste alterado para confirmação diagnóstica, bebês que coletaram precoce, prematuros e filhos de mães que fizeram uso de corticoide nas duas últimas semanas que antecederam o nascimento.

Por isso, é fundamental que se respeite os prazos de coleta e recoleta.

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Quais doenças podem ser detectadas?

O teste gratuito disponibilizado a todas as crianças (o básico) é capaz de detectar 12 doenças: fenilcetonúria, hiperplasia adrenal congênita, fibrose cística, hipotireoidismo congênito, deficiência da biotinidase e hemoglobinopatias (como talassemias, anemia falciforme, etc.), bem como traços de anemias que não são considerados doenças, mas requerem conhecimento.

É de excelente qualidade e milhares de crianças são beneficiadas com o diagnóstico e a intervenção precoces.

Vale citar que existem outros testes do pezinho que ampliam a detecção para muitas outras doenças, cujos nomes podem variar de laboratório para laboratório, como Máster (cerca de 38 doenças), o Super, o Plus (cerca de 33), o Ampliado (cerca de 30), o Expandido (mais de 60), o Completo (mais de 100), etc.

Esse último, o mais completo até o momento, é capaz de triar algumas imunodeficiências, erros inatos do metabolismo e algumas infecções congênitas, além da triagem básica.

É possível identificar doenças raras a partir deste teste?
Com certeza. Muitas doenças com potencial gravidade, mas raras, podem ser detectadas a tempo de se manifestar e de causar danos irreversíveis, como SCID (imunodeficiência grave combinada).

É muito importante que o clínico ou pediatra que assiste o bebê nos primeiros dias já verifique o resultado durante a primeira consulta ou no máximo no retorno, pois muitos pais acham que uma vez realizado, já está “tudo certo” e não tem a ciência que precisam verificar o resultado. Outros até confundem a digital do pezinho do bebê na carteirinha com o teste do pezinho.

O resultado fica disponível no site em torno de 15 dias após a realização e depois de certo tempo (a partir de 90 dias) ele pode expirar, sendo mais difícil o acesso ao resultado, e perdendo-se a possibilidade de diagnóstico e intervenção precoce.

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