Idosos se preveniram, mas crianças, gestantes e puérperas estão abaixo da meta de vacinação.

O surgimento do coronavírus tem ofuscado outras doenças respiratórias que costumam aparecer nesta época do ano. É o caso da gripe, que tem vários subtipos — como Influenza A, Influenza A H1N1, Influenza A H3 e Influenza B — e, ao contrário do vírus que causa a Covid-19, já possui uma vacina. Mas muita gente tem ignorado as campanhas promovidas nas esferas municipal, estadual e federal para que grupos de risco sejam imunizados.
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Em Francisco Beltrão, a meta mínima de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde foi alcançada, mas alguns grupos ainda estão bem abaixo do objetivo. Os idosos atenderam ao chamado e superaram a meta em 28%. No entanto, apenas 65% das crianças de 6 meses a 5 anos e 60% das gestantes e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) receberam a dose contra a gripe.
A campanha de vacinação estava prevista para encerrar dia 5 de junho, mas foi estendida até o próximo dia 30. A vacina está disponível nas unidades de saúde da cidade e do interior e previne contra três tipos de Influenza. “É muito importante que todos se imunizem neste período do ano em que, historicamente, com a chegada do frio, os problemas respiratórios aumentam em nossa região”, destacou Manoel Brezolin, secretário municipal de Saúde.
Dupla eficiência
De acordo com o Informe Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, atualizado dia 9 de junho, a 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão não registrou nenhum caso de Influenza em 2020. As medidas de isolamento e higienização adotadas para combater o coronavírus podem estar contribuindo para manter a gripe e outras infecções afastadas.
“Quase todas as doenças infecciosas respiratórias, causadas por vírus ou bactérias, são prevenidas com isolamento social e uso de máscara”, comenta o pneumologista Redimir Goya. O médico acrescenta que o clima — com frio ainda não tão rigoroso — também está ajudando na prevenção.
Farmácias estão vendendo menos antigripais
JdeB – O uso intenso de máscaras e o isolamento das crianças em casa são alguns dos fatores que apontam, neste outono, o número menor de casos de gripe. O JdeB ouviu representantes de três farmácias de Francisco Beltrão que confirmaram retração na venda de medicamentos antigripais e antialérgicos.
Carol Salapata, atendente da Ana Farma, disse que caiu bastante a venda de antialérgicos para tratamento de rinites em 2020. “[Em anos anteriores] era uma época que vendia bastante”, informou. Houve uma diminuição, também, na venda de antigripais.
Carol contou que um cliente esteve na farmácia recentemente e comentou que trabalha numa empresa que manipula bastante caixas de papelão. Agora, como todos os funcionários estão trabalhando de máscaras, praticamente não se vê mais pessoas espirrando ou gripadas.
Na Farmácia Cristo Rei, a atendente Michele Godinho também disse que diminuiu a venda de antigripais e antialérgicos. Luana Correa, sócia-proprietária da Farmashop, informou que “tem venda, mas um pouco menos que em outros anos.”
O pessoal das farmácias aponta algumas hipóteses para explicar a menor circulação do vírus da gripe: as pessoas passaram a fazer o uso intenso de máscaras, as crianças estão praticamente só em casa e teve um aumento nos cuidados com higiene.