A Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn são inflamações que envolvem o sistema imunológico.

A Doença Inflamatória Intestinal (DII) se caracteriza por um processo inflamatório do intestino. Ela compreende duas doenças: a Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn. Cada uma tem características específicas, porém as duas são decorrentes de uma inflamação do intestino desencadeada por um processo que envolve o sistema imunológico.
Segundo o dr. Badwan Jaber, cirurgião geral com especialização em Coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês, não se trata de diminuição da atividade do sistema imune, mas sim de uma alteração que leva ao organismo a combater determinadas proteínas do próprio intestino (autoimune). “Nesse processo, tem papel fundamental as bactérias que vivem no nosso intestino e a predisposição genética do individuo”, acrescenta Badwan.
Essas doenças geralmente acometem pessoas abaixo dos 30 anos, mas há um pico de incidência entre 50 e 70 anos, sem preferência por sexo.
De acordo com o dr. Badwan, alguns sintomas diferem entre as duas doenças, porém com frequência há diarreia, às vezes com sangue, perda de peso, cólicas abdominais, sendo que em alguns casos os sintomas podem começar por outras partes do corpo, como articulações, olhos, boca e pele.
O diagnóstico é feito por uma consulta com o médico especialista, que quando suspeita da doença solicita exames de sangue, fezes e de imagem, tendo um papel fundamental a colonoscopia com biópsias. É preciso ter muito cuidado para distinguir a DII de outras causas de inflamação do intestino, como infecções bacterianas, parasitas, uso prolongado de antibióticos, síndrome do intestino irritável, intolerâncias alimentares (doença celíaca), e outras.
“Antes do tratamento, o importante é um diagnóstico precoce, evitando muitas vezes a necessidade de cirurgias. Nos últimos anos, houve uma grande evolução no tratamento medicamentoso das doenças inflamatórias intestinais, levando a um maior controle dos sintomas, diminuindo o número de suas complicações, como internamentos e cirurgias e ainda, evitando a progressão para o câncer de intestino, que é sempre uma grande preocupação nos portadores destas doenças”, diz Badwan.
Para concluir, o médico realça que o tratamento e o acompanhamento com o especialista, de maneira precoce e seguindo protocolos internacionais, leva ao controle adequado da doença, diminuindo suas complicações em longo prazo.
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