14.3 C
Francisco Beltrão
terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.217

03/06/2025

Uma pessoa infectada pode transmitir o vírus H1N1 para até outras duas que não foram imunizadas

Estimativa mostra a importância da imunização contra a gripe, que começa dia 25 no Paraná e pretende vacinar 2,9 milhões de pessoas.

 

Vacina do SUS é trivalente, ou seja, protege contra três tipos de vírus influenza.

Numa tentativa de frear a propagação do vírus da gripe H1N1, que já matou mais de 70 pessoas no Brasil só este ano, o Governo do Paraná antecipou para dia 25 de abril o início da campanha de vacinação, uma semana antes do estabelecido previamente pelo Ministério da Saúde. Até essa data, o Estado já terá disponíveis 48% das doses, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde. 

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 1,2 bilhão de pessoas apresentam risco elevado para complicações da influenza. Destas, 385 milhões são idosos acima de 65 anos, 140 milhões são crianças e 700 milhões são crianças e adultos com alguma doença crônica, como diabetes, hipertensão, obesidade, câncer, entre outros.
Crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores da área de saúde, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade formam o público-alvo da campanha, que só no Paraná deve vacinar 2,9 milhões de pessoas. Na microrregião de Francisco Beltrão, em 2015, mais de 64 mil pessoas (de um total de 71 mil) foram imunizadas, o equivalente a 90%.

- Publicidade -

 

Greicy do Amaral, coordenadora da imunização
na 8ª Regional de Saúde.

Segundo a enfermeira Greicy do Amaral, coordenadora da campanha na 8ª Regional de Saúde, estima-se que uma pessoa infectada seja capaz de transmitir o vírus, principalmente através do contato com partículas eliminadas por pessoas infectadas ou mãos e objetos contaminados por secreções, para até dois contatos não imunes. Por isso a importância de superar a meta de vacinação, “eliminando bolsões de pessoas suscetíveis” e cortando a transmissão do vírus.
“As crianças com idade entre um e cinco anos são as principais fontes de transmissão dos vírus na família e na comunidade, sendo que podem eliminar os vírus por até duas semanas. Enquanto indivíduos imunocomprometidos podem excretá-los por períodos mais prolongados, até meses. A transmissão é muito elevada em ambiente domiciliar, creches, escolas e em ambientes fechados ou semifechados, dependendo não apenas da infectividade das cepas, mas também do número e intensidade dos contatos entre pessoas de diferentes faixas etárias”, esclarece.
Por isso, entre as medidas profiláticas estão hábitos simples como lavar bem as mãos e com certa frequência usar álcool em gel, cobrir a boca ao tossir (de preferência, evitando cobrir com as mãos), não levar as mãos aos olhos e evitar locais com aglomeração de pessoas, assim como os fechados.

Mortalidade no Brasil
A taxa de mortalidade por influenza no Brasil está em 0,09 a cada 100 mil habitantes. Dos 175 indivíduos que foram a óbito por influenza no ano de 2015, 113 (64,6%) apresentaram pelo menos um fator de risco para complicação, com destaque para aqueles com idade igual ou superior a 60 anos.
Em relação às gestantes, Greicy explica que o risco de complicações é muito alto, principalmente no terceiro trimestre de gestação, mantendo-se elevado no primeiro mês após o parto. “Profissionais de saúde são mais expostos à influenza e estão incluídos nos grupos prioritários para vacinação não apenas para sua proteção individual, mas também para evitar a transmissão dos vírus aos pacientes de alto risco”, complementa a enfermeira. Recentemente, comprovou-se que os vírus sobrevivem em diversas superfícies (madeira, aço e tecidos) por 8 a 48 horas. 
O uso do antiviral está indicado para todos os casos de síndrome gripal com condições e fatores de risco para complicações e de síndrome respiratória aguda grave, independentemente da situação vacinal. A vacina disponível no SUS é eficaz contra os três tipos do vírus da gripe mais circulantes no País – influenza A (H1N1), influenza A (H3N2) e influenza B. Ela demora pelo menos duas semanas para fazer efeito. Em adultos, a dose é única. Já para crianças, duas doses são necessárias para completar o esquema vacinal.

Sintomas e complicações
A vacinação precoce reduz tanto os sintomas quanto a ocorrência de complicações da infecção pelos vírus da influenza. A síndrome gripal, que se caracteriza pelo aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga, é a manifestação mais comum. Nos casos mais graves, geralmente, existe dificuldade respiratória e há necessidade de hospitalização. Nesta situação, denominada síndrome respiratória aguda grave (SRAG), é obrigatória a notificação às autoridades de saúde. 
“A complicação da influenza que mais leva à hospitalização e à morte é pneumonia, que pode ser causada pelo próprio vírus ou por infecção bacteriana. Complicações cardíacas graves que levam à morte podem ser causadas por vírus A e B, independentemente da presença de pneumonia”, sublinha Greicy.

Contraindicações
A vacina é contraindicada para pessoas com história de reação anafilática prévia em doses anteriores e a qualquer componente da vacina ou alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. Reações anafiláticas graves a doses anteriores também contraindicam doses subsequentes. As vacinas da influenza sazonais têm um perfil de segurança excelente e são bem toleradas.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques