Total de casos no Estado pode chegar a 68 mil em outubro.
Os professores Daniela Estelita Goes Trigueros e Aparecido Nivaldo Módenes, do programa de pós-graduação em Engenharia Química da Unioeste, realizaram um estudo que apresenta as tendências da disseminação da Covid-19 no Brasil, simuladas a partir dos dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde.
Um algoritmo de otimização foi utilizado para prever uma curva pandêmica, levando-se em conta o comportamento das curvas evolutivas de disseminação da doença em países que já mostraram o comportamento bem definido do surto da Covid-19, segundo os dados de casos confirmados disponibilizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Pelo estudo estima-se que o Paraná tenha cerca de 68 mil registros da doença até 26 de outubro de 2020, com o pico do número de casos diários entre 25 e 31 de julho.
O modelo se mostrou consistente ao reproduzir os dados epidêmicos observados na China, República da Coreia, Itália, Espanha, França, Alemanha e Estados Unidos. A partir do modelo matemático realizaram-se projeções para o Brasil, regiões e estados do território nacional, bem como para alguns municípios do Paraná.
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Mais de 2,5 milhões de casos até setembro
Num cenário hipotético, estima-se que o Brasil tenha cerca de 2,6 milhões de casos confirmados até 4 de setembro deste ano, após 191 dias do início do surto. Alerta-se que as mudanças no cotidiano da população e as políticas públicas adotadas relacionadas ao isolamento social refletem diretamente no comportamento da curva pandêmica. “Ressalta-se que este cenário se confirmaria se a dinâmica da população, quanto à adoção de medidas de proteção e isolamento social, não sofresse alterações significativas em relação ao que tem sido realizado até o momento”, dizem os pesquisadores.
Fases de contágio
Diante de observações das curvas pandêmicas de outros países, os professores verificaram a ocorrência de duas fases de contágio que podem estar relacionadas às diferentes políticas adotadas na tentativa de conter o espalhamento da doença: a primeira ocorreria devido ao trânsito de pessoas contaminadas oriundas de locais onde o surto se encontrava em grau avançado; a segunda ocorreria após o vírus estar difundido na região e a taxa de espalhamento dependeria de isolamento temporário das atividades sociais para evitar o contato com a doença.
De acordo com os professores, “a modelagem matemática proposta pode ser uma ferramenta útil na tomada de decisões de saúde pública, visando ao controle e à redução dos casos por meio de medidas restritivas e de proteção para evitar o contato com a Covid-19”.
Sudoeste chega a 700 casos
As informações apuradas ontem, pelo Jornal de Beltrão, junto a secretarias municipais de Saúde e Secretaria de Estado da Saúde apontam que o Sudoeste já registrou 701 casos e 13 mortes por Covid-19. A primeira confirmação de infecção por coronavírus ocorreu dia 21 de março, em Pato Branco. Agora, 32 dos 42 municípios da região já têm casos positivos e sete registraram óbitos — Pato Branco, Clevelândia, Mariópolis, Francisco Beltrão, Ampere, Verê e Bom Jesus do Sul.