
Por Ivo Pegoraro – O Alberto Rodrigues Andrade me ligou e, como já fizemos tantas vezes, a conversa começou com aquela provocação saudável dos esportistas:
– Teu Inter tá mal, hem?
– Verdade, Alberto, não consegue nem ganhar do Grêmio.
– Pois é.
– Mas, há quanto tempo, como você está?
– Tô melhor, mas passei mal, você não sabia? Me amputaram uma perna.
Como assim? Me abalei.
– Que história é essa?
Num tombo, bateu a perna que há anos passou por cirurgia, tinha pinos, começou doer, inflamou, os médicos acabaram por amputar. E lá se foram seis meses de hospital de Curitiba.
Felizmente, o Alberto superou o pior, voltou pra Beltrão, e continua atendendo em sua loja de produtos automotivos. Não que precise financeiramente, ele é aposentado da Petrobrás, mas o trabalho lhe faz bem. Além dos amigos que lhe deram força, os clientes também o ajudaram, pedindo que ele continue com a loja. Não pode mais dirigir, mas continua negociando.
Duas coisas positivas que vi no Alberto: ele se cuida na alimentação e na medicação e está sempre buscando algo pra fazer ou se ocupar. A falta da perna é um detalhe. Até porque ele já está providenciando uma perna mecânica.
Não vai poder jogar bola, mas isso quem faz, como um craque, é seu filho Alberto Júnior, atacante que acabou de se transferir do Mirassol de São Paulo para o Maringá.
Quem quiser visitá-lo, ele está sempre em sua loja, na esquina da rua Curitiba com a Goiás, no Bairro Nossa Senhora Aparecida. Saúde, Alberto Andrade!