Evento foi na Seção Jacaré; a obra tem textos breves, objetivos e é uma leitura convidativa.

JdeB – Parentes e amigos vieram de perto e de longe para prestigiar o lançamento do livro Ricordare, primeira publicação do empresário beltronense Eitor Camilotti que, conforme comentários que circularam durante o evento, agora pode ser chamado também de escritor, porque todos os textos publicados são de sua autoria. Ele tem mais textos produzidos, e continua escrevendo, aos 80 anos de idade, comemorados naquela noite, no Centro de Eventos Espaço Félix, da Seção Jacaré.
Não se trata de biografia escrita por outro autor. São textos produzidos por Eitor sobre sua vida e de sua família, de sua empresa industrial que também possui fazenda com reflorestamento e criações. São textos breves, objetivos e de leitura convidativa, podem ser lidos aleatoriamente, no começo, meio ou fim do livro – como falou o jornalista Ivo Pegoraro, da Editora Jornal de Beltrão S/A que editou a obra.
Na sequência, falou a filha Ana Lígia Camilotti:
“Meu pai começou a escrever há muito tempo, nas suas noites insones, mas o livro em si começou a se concretizar neste último ano. Foi bem trabalhoso, horas e horas de revisões e ajustes. Eu, meu irmão e minha mãe ajudamos um pouco, e neste processo ficamos ainda mais próximos, os textos escritos por meu pai nos conectaram ainda mais. As histórias escritas por ele neste livro, muitas são minhas conhecidas e companheiras que ouvi desde criança, outras li recentemente durante a revisão, algumas me surpreenderam, ou me emocionaram, como aquela que escreveu tendo o relógio de parede do seu nonno como narrador. Todas estas memórias são preciosas e agora estão eternizadas neste livro, para que meus filhos e sobrinhas passem às futuras gerações da família, assim nossos descendentes conhecerão um pouco como foi nossa origem.”
Eitor iniciou seu discurso (de nove minutos) com uma série de agradecimentos. Depois comentou: “Cheguei aos 80 anos. Já se passaram tantos anos e nem notei que estou com esta idade, de barba branca, envelhecido com o passar do tempo, mas estou bem … de saúde, de espírito e agradecido a Deus por estar vivendo. Seguindo o que dizia minha mãe; “só é velho quem tem mais de 90 anos”. Então… não estou velho!”
Eitor prosseguiu: “Com o passar dos anos a gente passa por uma transformação, vê o mundo com outros olhos, o dia é diferente de quando era jovem, mais tolerante, é mais fácil ser positivo, o dia parece ser mais suave. Se Deus quiser, desejo continuar mais tempo. Tive muitos bons exemplos na família, que nunca desistiram de uma boa luta e muita longevidade. O que espero ainda da vida? Viver mais anos e ainda ser produtivo. Não ser ranzinza e nem me lamentar das passagens ruim que me aconteceram nestes anos. A vida fica muito melhor se estamos ocupados e realizando alguma coisa.”
Eitor lembrou de quando sua família mudou de Casca (RS) para Francisco Beltrão, em 1954, tempo que seu avô paterno ainda era vivo. Depois, falou sobre o livro:
“A minha intenção, sobre o livro, não é que seja uma obra literária, são relatos da minha vida. Comecei a escrever quando perdia o sono e nada tinha para fazer. Aos poucos fui gostando − escrever – é uma maneira de deixar a cabeça ocupada e raciocinar, me faz bem, gosto de fazer isso.
Com o passar do tempo selecionei textos que achei que devia deixar como lembranças minhas, para a família, para os filhos, netos e também para os amigos.
O que escolhi foram relatos de minha vida desde muito pequeno, lembranças da infância, minhas conversas com meu avô, Nonno Gregório (Camilotti), carinhosamente chamado de “Gioio” ele foi meu conselheiro; muitos contos sobre meu pai, passando pela adolescência, depois pelo meu trabalho como veterinário iniciante, meu trabalho na empresa, contando histórias de alguns empregados. “causos e contos” que vi ou ouvi quando trabalhava na fazenda, meu gosto pelos cavalos, enfim é a minha vida e assim fui continuando, escrever tornou-se um hobby. Aprendi muito com a vida − muito trabalho −, sempre tem épocas boas e em seguida tudo fica estragado, muito esforço para consertar os erros que surgiram nas decisões do momento.”
O livro Ricordare pode ser adquirido nas livrarias da cidade. O mestre de cerimônia da noite de lançamento do livro, jornalista Luiz Carlos Bággio, também entrevistou Eitor Camilotti em seu programa Beltrão no Ar, do sábado, na Rádio Educadora. A entrevista pode ser acessada no Facebook.