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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

A revolução 3D na odontologia

 

Tomografia permite planejar o tratamento ortodôntico ou de implantodontia
mais eficaz que apenas com o raio-X, diz o odontólogo André Zambonato.

 

Uma verdadeira revolução está acontecendo na odontologia. Usada em algumas áreas como a ortodontia e implantodontia – as que mais se beneficiaram – já há algum tempo, a introdução da tomografia no diagnóstico propiciou, nos últimos anos, a criação de técnicas para melhorar os tratamentos.

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Diferente da radiografia, que é bidimensional (2D), a tomografia produz imagens da cabeça em três dimensões (3D – coronal, axial e sagital), as quais fornecem informações de volume, como a espessura óssea, em tamanho real, sem as ampliações ou distorções observadas nas imagens sobrepostas das radiografias e forma dos ossos. “É uma revolução, assim como foi com a descoberta do Raio X em 1895. Esse é o futuro”, aponta o mestre em ortodontia André Zambonato, pioneiro na utilização desse tipo de imagem, na ortodontia.

André explica que a tomografia permite visualizar as assimetrias da face, avaliando sua morfologia. Segundo ele, as imagens tomográficas mudaram totalmente a maneira de interpretar os problemas dos dentes e da face. “Esse foi um dos maiores benefícios. Não que antes se fazia errado, mas era a tecnologia que se tinha e não era perfeito, e erramos em muitos tratamentos em função disso. Por exemplo, hoje, extrair dente é uma exceção, tem que ser um caso muito atípico”, afirma.

Planejamento de aparelhos ortodônticos, implantes dentários e extração de dentes inclusos (não erupcionados na boca); diagnóstico de fraturas dentárias e ósseas; estudo de lesões dento-maxilo-faciais; e cefalometria 3D são os casos mais indicados para diagnóstico por imagens 3D. A segurança no diagnóstico também propicia um plano de tratamento mais eficaz, com menor índice de erro e uma visão além do simples resultado clínico.
“A tomografia facilita a decisão entre cirurgia e tratamento não-cirúrgico, nos casos da ortodontia, e isso vai evitar sequelas a longo prazo. Problemas severos de má oclusão só eram vistos pela ótica clínica em exames bidimensionais, então, em muitos tratamentos, clinicamente os dentes ficavam encaixados, mas depois de anos de avaliação você começava a ter retrações de gengiva e ossos, consequências de um tratamento que não deveria ter sido executado. Hoje é possível ver que esse osso não suportaria determinado movimento”, esclarece. 

Interação com outras áreas
Com a tomografia, a interação da odontologia com outras áreas da saúde se sobressalta, tamanha a riqueza de informações obtidas em apenas um exame. “Traduzir esse exame exige muito mais conhecimento da área neurológica, de otorrino… Já descobri uma paciente que tinha sinusite. Comuniquei a paciente e aconselhei a ir a um otorrino, já que ela se queixava de dores de cabeça. Também é possível detectar, por exemplo, obstruções das vias aéreas que dificultam a passagem do ar e causam apneia. Tudo isso só é possível pelo número de informações que a tomografia nos proporciona”, relata André.

Veja como é realizado o exame de tomografia
Tomografia consiste no registro de “fatias” do corpo examinado pelo uso dos raios-X e reconstruídas por softwares de computador. Na tomografia cone beam, utilizada pela odontologia, o exame é realizado sentado, com a cabeça fixa por um apoiador e uma faixa de tecido. Não é necessário nenhum tipo de preparo prévio ou administração de substâncias de contrastes intravenoso. A duração do exame é de aproximadamente 40 segundos e o paciente deve permanecer imóvel durante esse período. (Fonte: Site Oral3D)
 

Imagem obtida por tomografia permite analisar a morfologia e volumes ósseos do
crânio através de cortes em três dimensões (coronal, axial e sagital).

 

Radiografia para tratamento ortodôntico: apenas
duas dimensões e imagens sobrepostas e aproximadas do real.

 

 

 

 

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