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Francisco Beltrão
domingo, 08 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

O Labirinto do Fauno

Um conto de fadas se desenrolando quase que paralelamente à sangrenta guerra civil espanhola dos anos 40, pode soar estranho e incompatível, mas o choque entre esses dois mundos ficou tão sutil que por vezes não dá para ter certeza se tudo é real.

Um conto de fadas se desenrolando quase que paralelamente à sangrenta guerra civil espanhola dos anos 40, pode soar estranho e incompatível, mas o choque entre esses dois mundos — vistos através dos olhos de uma menina de 10 anos — ficou tão sutil que por vezes não dá para ter certeza se tudo é real, ou pelo menos uma parte.

Essa fórmula, de transportar crianças de uma realidade dura para um mundo mágico é velha (“O Mágico de Oz”, “História Sem Fim” e “Crônicas de Narnia”), mas se usada do modo certo rende bons frutos. É o caso de “O Labirinto do Fauno”.

Vivendo, literalmente, no fogo cruzado de rebeldes e militares, uma garotinha — órfã de pai — é forçada a se mudar para o interior do País com sua mãe, agora casada com um truculento capitão e nas últimas semanas de uma complicada gravidez. Acreditando ser a reencarnação de uma princesa do mundo subterrâneo, Ofelia (Ivana Baquero) tenta realizar tarefas bizzaras orientada por um Fauno, uma criatura que mais parece um capiroto de madeira.

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O filme apresenta personagens interessantes. A menina que usa a imaginação para criar um mundo onde possa fugir da realidade, a mãe que abdica de tudo para garantir uma sobrevivência digna à sua prole, a empregada que vive o dilema de trabalhar para os militares e ter um irmão entre os rebeldes e o oficial militar, que nunca soube o que é afeto, teve uma relação complicada com o pai e agora é uma verdadeira personificação da crueldade. Não é exagero, o cara é mau mesmo. Até Darth Vader tinha algo de bom, mas o tiozinho em questão nem pra remédio.

Cenário, figurino e maquiagem são um show a parte no filme, porém não estou falando de umas madames desfilando majestosos vestidos, crivados de bordados feitos pelas gueixas cegas do Afeganistão. Mesmo com efeitos especiais de primeira linha, a produção fez o máximo que pode para evitar os computadores na criação dos ambientes e seres místicos, dando muito mais veracidade à trama.

O “Homem Pálido” ganha inevitável destaque, pela sua anatomia nada usual, além de uma história nada vegetariana. Não se engane achando que vai assistir um Harry Potter, pois a narrativa é obscura e violenta, mas ainda assim excelente, principalmente quando que descobre onde foi feita.

O Labirinto do Fauno
(El laberinto del fauno)
Espanha – 2006
Direção: Guillermo del Toro
Roteiro: Guillermo del Toro
Produção: Guillermo del Toro
Elenco: Ivana Baquero, Sergi López, Doug Jones, Aridna Gil, Maribel Verdú, Alex Angulo, Roger Casamajor, Federico Luppi, Manolo Solo, Ivan Massagué, José Luis Torrijo, César Vea, Francisco Vidal, Juanjo Cucalón
Fotografia: Guillermo Navarro
Trilha sonora: Javier Navarrete
Efeitos visuais: Robert Stromberg
Duração: 1h 58min
Orçamento: US$ 19 milhões
Classificação: 16 anos

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