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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Natal na escuridão

Depressão natalina acomete várias pessoas nesta época do ano; apoio da família é fundamental para superar o momento.

 

 

 

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Depressão está associada a sentimentos de solidão e isolamento, por isso é 
positivo estar entre familiares e amigos, explica psiquiatra.

 

O Natal, para a maioria das pessoas, é sinônimo de alegria, união familiar, amigos, fartura à mesa e comemorações. Para outras, entretanto, é a época mais triste do ano, pois remete a relembras de momentos felizes, vividos na companhia de pessoas especiais, mas que já se foram.

Este sentimento melancólico é conhecido como “depressão de Natal” ou “Christmas Blues”.  Segundo a médica especialista em psiquiatria do Centro Médico São José, de Cerquilho (SP), Ana Paula Ribeiro, estas pessoas sentem na época das festas de fim de ano angústia, sensação de desamparo, aumento dos níveis de ansiedade e alguns outros sintomas que se assemelham a um quadro depressivo.

“Este sentimento está relacionado a datas que nos remetem a lembranças tristes, perda de pessoas queridas, doenças, separações, desemprego, dificuldade em estar com a família ou, até mesmo, frustrações por não ter atingido as metas planejadas ao longo do ano”, explica.

As perdas familiares ficam sempre mais evidentes no Natal, já que a família se reúne e as lembranças ficam afloradas – o que sempre traz um peso emotivo a mais. “Estas pessoas que sofrem com a depressão de Natal precisam ter em mente que outros familiares, tão importantes, também estão presentes neste momento e que elas devem se permitir vivenciar e se divertir”, aconselha a psiquiatra.

Geralmente, os pacientes que sofrem com esta síndrome passam a se isolar do convívio familiar, perdem o interesse por atividades que, normalmente, lhes ofereciam prazer, apresentam sentimento de culpa excessivo ou inapropriado e, em alguns casos, apresentam alterações no sono, mudança de apetite, agitação e ansiedade. “Nestas situações, os familiares necessitam conversar com a pessoa para saber o que realmente está acontecendo e mostrarem-se dispostos a ajudar”.

Estar entre familiares e amigos é algo muito positivo, ressalta Ana, pois, muitas vezes, a depressão está associada a sentimentos de solidão e isolamento. “Seria interessante que a pessoa procurasse entender o real motivo que lhe faz sentir triste, pois, provavelmente, esta descoberta provocaria um alívio e uma maneira melhor de lidar com o sentimento e transformar o momento em um período de mudança de perspectiva. Não é tão difícil de conseguir transformar esses sentimentos de melancolia natalina em novas mudanças de perspectivas, mas, caso esses sentimentos forem maiores, ao ponto de se tornarem depressivos, obsessivos, deve-se, então, procurar orientação médica”, finaliza a especialista.

Na maioria dos casos, a depressão de Natal tem duração breve, desde alguns dias até semanas e termina quando as festas acabam e a pessoa retorna à rotina.

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