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Francisco Beltrão
sexta-feira, 06 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

Sessões on-line de psicanálise permitem dar continuidade aos tratamentos

O atendimento via Skype e WhatsApp foi a forma encontrada pelos profissionais para seguir com as sessões em tempos de quarentena.

“O inconsciente não está de quarentena”, sintetiza a coordenadora de Saúde Mental da Prefeitura de Francisco Beltrão, Mariana Thibes. Ela é uma das profissionais de psicanálise que está realizando sessões on-line desde que passaram a vigorar as medidas de isolamento social na região.

Os atendimentos feitos por videochamada são uma forma de não interromper o tratamento dos pacientes. “Quando foi orientado sobre a necessidade de isolamento social, oferecemos aos nossos pacientes esta possibilidade de atendimento e passamos a atender então somente através via internet, não havendo, portanto, nenhum atendimento presencial. Importante ressaltar nosso compromisso ético, não expondo os pacientes a situações de risco e reforçando nossa responsabilidade com a prática profissional”, comenta Marina.

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Em Francisco Beltrão, os cinco profissionais que integram o grupo Escuta Psicanalítica – destinado a estudar e debater os desafios da clínica psicanalítica na atualidade – adotaram o atendimento on-line como padrão. Jaqueline Tubin Fieira explica que em momentos como este tende a aumentar a ansiedade e angústia e o isolamento pode acirrar conflitos intrafamiliares. “Nesse sentindo, é essencial que os pacientes não parem com o acompanhamento psicológico, buscando a adaptação à modalidade on-line. O tratamento, além de dar continuidade ao processo terapêutico de cada paciente, busca lidar com as particularidades que emergem nessa situação atípica.”

As videochamadas são feitas via WhatsApp ou Skype, buscando manter os mesmos horários e dias em que as sessões presenciais vinham sendo realizadas. Segundo Bruno Péres de Oliveira, pacientes que fazem uso do divã usam o celular deitado para que os rostos não fiquem aparentes na tela. O atendimento on-line já era realizado com pacientes de outras cidades antes da pandemia.

Érico Péres de Oliveira justifica que, apesar dos benefícios, esse tipo de atendimento também tem seus desafios: “Devido às variações nas conexões de internet, em alguns momentos acontecem falhas na imagem ou no som. Outra dificuldade que notamos nos pacientes foi o receio de algum familiar estar ouvindo as sessões. Quando estamos conversando com nosso psicólogo ou analista, falamos sobre assuntos muito íntimos, o que justifica este medo”.

Regulamentação
O atendimento realizado através de videochamadas é permitido pelos órgãos de regulação. As sessões on-line estão previstas pelo Conselho Federal de Psicologia desde 2018 e, neste momento de pandemia, o atendimento psicológico on-line foi reforçado por meio de resolução específica. Para a profissional Simoni Cousseau Coletti, “a aceitação dos atendimentos on-line está ocorrendo de forma gradativa, o que é ótimo, pois o acompanhamento psicológico não pode ficar interrompido até que a situação se reestabeleça e a tecnologia está contribuindo muito para isso, nos oferecendo uma possibilidade para darmos continuidade com o que é essencial e não pode parar”.

 Os integrantes do Escuta Psicanalítica — Marina Thibes, Jaqueline Tubin, Simoni Cousseau, Bruno Péres de Oliveira e Érico Péres de Oliveira— também estão realizando os encontros do grupo por videoconferência.

 

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