Saúde

Neste momento de crise de saúde pública, é importante informar aos pacientes cardiopatas sobre os riscos que correm ao se contaminarem com o coronavírus, e a importância de se proteger.
Estudos têm procurado entender o comportamento da infecção pelo novo coronavírus, mas um grupo em especial tem chamado muito a atenção, os cardiopatas, que estão sendo desproporcionalmente afetados pela doença.
Portadores de doenças cardiovasculares formam um grupo que exige atenção especial devido à maior chance de desenvolvimento de complicações e do maior risco de óbitos relacionados à infecção pelo coronavírus.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais da metade das pessoas que morreram de Covid-19 no Brasil até o momento apresentava algum problema no coração. A letalidade da Covid-19 na população geral fica em torno de 3%, já nos portadores de doença cardiovascular pode chegar aos 10%.
O vírus ataca o sistema cardiovascular provocando inflamação e mau funcionamento do músculo cardíaco e dos vasos sanguíneos, resultando em aumento do risco de surgimento de arritmias que ocorrem em até 16% dos casos, insuficiência cardíaca, que é a incapacidade de bombeamento do sangue pelo coração, e isquemia miocárdica, resultante da circulação insuficiente pelas coronárias podem ocorrer em até 10% dos casos; já nos vasos sanguíneos predominam os eventos trombóticos, que causam a obstrução da circulação por coágulos.
Cardiopatas com suspeita da Covid-19 devem prestar atenção aos sinais de alarme de uma possível descompensação da sua doença cardíaca através da intensificação dos sintomas, como menor tolerância aos esforços, fadiga, falta de ar, palpitações e dor no peito. Nesse caso se faz necessária uma atenta avaliação cardiológica inclusive com exames como o ecocardiograma, que avalia a função cardíaca e exames laboratoriais que podem sugerir o envolvimento do órgão na infecção.
É fundamental que os portadores de doenças cardiovasculares se mantenham rigorosamente aderentes à sua terapia medicamentosa, dieta adequada, hidratação, sono regular e atividade física e evitem a exposição ao álcool e cigarro. Outro ponto importante, a vacinação contra a influenza é essencial para esta população.
Devem-se adotar todas as medidas preventivas recomendadas pelo Ministério da Saúde e a busca de atendimento médico deve ser precoce no caso de surgimento de sintomas.
Dr. Everton Muller Alves cardiologista